
Sinto você frágil, como um grão de trigo cultivado num chumaço de algodão somente por diletantismo e tão distante,como se o seu mundo fosse o da Galáxia de Andrômeda.
Inacessível.
O desconforto da sua lembrança idealizada gera então uma sensação estranha, igual àquela provocada pelas garras da pata de um grande felino que arranha o meu tórax, começando no pomo-de-adão e fazendo ponto final na boca do estômago.
O mal-estar fica contido na glote, mas a tristeza invade assim mesmo, e à revelia, por todo o meu corpo e evolui para tormentos e fantasias que eu não tenho mãos para segurar, qual seja, a verdade que quero protelar sobre a probabilidade de um tenro e demorado abraço dos nossos braços, como antes, pois, só isto, amenizaria meu desconforto neste contato com a completude dos nossos corpos.
Que tranco!
Esta esperança esvai-se, diluída em milésimas partes das milésimas outras, como se fosse uma poção homeopática em (des) preparação.
Eu, acostumado a fixar em textos, arranjos chulos de palavras compradas a um e noventa e nove na lojinha de letras da esquina e, tal qual um palhaço fazedor de graça, sempre me contentando com a mediocridade de uma literatura menor de garagem, queria agora, no entanto, poder assimilar dos fluidos etéreos e sutis em suspensão no ar, toda a sabedoria, como faziam os gregos intelectuais e lhe impressionar com uma ode de amor.
Ambicionava ter toda a destreza para juntar frases e combinações de palavras que tivessem a força e a contundência necessárias para excitar sua mente, arrancar de você, surpresa e um franzir de testa e arregalar de olhos, como se dissesse:
-Nossa, criei meu autor preferido!
Então, descubro as razões por senti-la tão frágil e distante, pois, a formatei assim, exatamente, para poder apagá-la sem muita borracha do esquecimento.
Inacessível.
O desconforto da sua lembrança idealizada gera então uma sensação estranha, igual àquela provocada pelas garras da pata de um grande felino que arranha o meu tórax, começando no pomo-de-adão e fazendo ponto final na boca do estômago.
O mal-estar fica contido na glote, mas a tristeza invade assim mesmo, e à revelia, por todo o meu corpo e evolui para tormentos e fantasias que eu não tenho mãos para segurar, qual seja, a verdade que quero protelar sobre a probabilidade de um tenro e demorado abraço dos nossos braços, como antes, pois, só isto, amenizaria meu desconforto neste contato com a completude dos nossos corpos.
Que tranco!
Esta esperança esvai-se, diluída em milésimas partes das milésimas outras, como se fosse uma poção homeopática em (des) preparação.
Eu, acostumado a fixar em textos, arranjos chulos de palavras compradas a um e noventa e nove na lojinha de letras da esquina e, tal qual um palhaço fazedor de graça, sempre me contentando com a mediocridade de uma literatura menor de garagem, queria agora, no entanto, poder assimilar dos fluidos etéreos e sutis em suspensão no ar, toda a sabedoria, como faziam os gregos intelectuais e lhe impressionar com uma ode de amor.
Ambicionava ter toda a destreza para juntar frases e combinações de palavras que tivessem a força e a contundência necessárias para excitar sua mente, arrancar de você, surpresa e um franzir de testa e arregalar de olhos, como se dissesse:
-Nossa, criei meu autor preferido!
Então, descubro as razões por senti-la tão frágil e distante, pois, a formatei assim, exatamente, para poder apagá-la sem muita borracha do esquecimento.
Enganei-me, pois esta é uma improbabilidade confessa, por saber que um palhaço escrevedor de textos chulos, não poderia e não deveria alvoroçar-se em desejar ser a estrela maior da trupe circense, como se fosse aquele hábil trapezista, com seus admiráveis saltos triplos e mortais, a cada nova apresentação das suas performances.
Isso sou eu – ora, um pretensioso fanfarrão!- que sequer saberia acrescentar nenhuma palavra mais criativa, nenhum pensamento menos comum, ou qualquer outro sentimento menos piegas para lhe dizer que sinto algo que é comum a todos os seres humanos, palhaços ou não.
Exatamente.
E mesmo que apresentasse toda a minha obra literária em um folheto esfrangalhado e impresso em papel-jornal, timidamente exibido nas mãos do apresentador circense, trajando aquele amarrotado e antiqüíssimo smoking preto desbotado que, no meio do picadeiro gritasse, para nenhum espectador presente, inflando desnecessariamente, a jugular e gritando:
-Respeitável público, passaremos agora a leitura do texto do palhaço que sente: Saudade!
Quem pagaria ingresso para assistir a espetáculo tão pífio, de um palhaço que ao invés de cumprir sua missão de fazer graça, quisesse transmutar sua performance?
Quem?
Daí a plena certeza da minha improbabilidade confessa, em tê-la!
Isso sou eu – ora, um pretensioso fanfarrão!- que sequer saberia acrescentar nenhuma palavra mais criativa, nenhum pensamento menos comum, ou qualquer outro sentimento menos piegas para lhe dizer que sinto algo que é comum a todos os seres humanos, palhaços ou não.
Exatamente.
E mesmo que apresentasse toda a minha obra literária em um folheto esfrangalhado e impresso em papel-jornal, timidamente exibido nas mãos do apresentador circense, trajando aquele amarrotado e antiqüíssimo smoking preto desbotado que, no meio do picadeiro gritasse, para nenhum espectador presente, inflando desnecessariamente, a jugular e gritando:
-Respeitável público, passaremos agora a leitura do texto do palhaço que sente: Saudade!
Quem pagaria ingresso para assistir a espetáculo tão pífio, de um palhaço que ao invés de cumprir sua missão de fazer graça, quisesse transmutar sua performance?
Quem?
Daí a plena certeza da minha improbabilidade confessa, em tê-la!