EU. (ACHO).

                                                                           


 Não sou cubo, não sou poliedro,muito menos triângulos cheio de lados pois, quando olho, olho é de frente, sem ângulos de soslaios,hipocritamente sextavados,esquizofrênicos ,difusos e disfarçados entre muitas faces, como quisesse me esconder entre quinas pontiagudas, as minhas fraquezas.Sou humano, mas não sou torpe!
Portanto, falo de frente,erro mais não me escondo em noventa , cento e oitenta ou trezentos e sessenta graus de sumiços oportunos de comodidade,fugindo do cara-a-cara.
Minha geometria de vida é plana,o que me facilita pisar no chão com segurança,sem resvalos, por esta razão, tropeço menos e quando caio não espeto em mim o que não devo.Tenho poucos espinhos cultivados no caule da minha vida.
Aprendi desde cedo e disto tenho a certeza de que, as crianças quando caem machucam rostos, joelhos, braços, e eu como adulto quando caio, firo a alma, e a esgarço provocando descontinuidade naquela frágil e sempre ameaçada integridade da sua forma. E como não vendo minha alma ao diabo-tendo como moeda de troca meus habituais e possíveis desvarios - procuro mantê-la intacta.Sou humano, mas se erro não fujo.
Afinal,sou o que me deixaram!
Tenho certeza da minha pequenez e sou menor do que os Lírios do Campo, de qualquer uma das sete ou dez maravilhas do mundo ou do que um sorriso banguela de inocência de um bebezinho que acabou de chegar . Este sou eu. Megalomania não faz meu tipo!
Porém, sou muito maior do que a ingratidão, a violência e esta injustiça social entranhada nas vísceras perversas dos desequilíbrios entre esses e aqueles,aqueles e aqueles outros.
Nunca fomentei a injustiça social provocadas por mutretas e roubalheiras daqueles cujo caráter é ostentarem uma riqueza surrupiada de terceiros e sempre com a justiça batendo às suas portas.Não dormem e se dormem, em geral tem gastrites que os atormentam e vísceras outras que por dentro,lhes incomodam.
Eternos condenados!
Sou produto de uma eterna vontade de ter senso critico,o que me ajuda muito quando o interlocutor é generoso e prejudica demais, quando diante de inescrupulosos falseadores que vivem fugindo à procura de buracos e esconderijos, infelizmente sempre deixando seus rabos de fora.
Olhem para os presídios!
Quando em noites de lua, sempre reverencio os rostos das mulheres mais próximas,as escolho pelo caráter, jamais pelas contas bancarias,abomino o cafetão e se chove cubro-as com meu tórax, e na praia, abro mão da barraca protetora pois, quem as cobre é meu corpo.Nos jardins da vida,prefiro as rosas!
E como sei que as flores murcham , no sol forte,meu instinto é de proteção!
Sou a antítese, o desconforto das piadas sem graça,o emaranhado de fios que sobram atrás do computador, a colmeia barulhenta e desorganizada após uma certeira paulada que a desfaz matando a abelha-rainha. Sou aquele que não tem medo que o feitiço se volte contra o feiticeiro e que nunca se satisfez com trinta moedas amaldiçoadas que chegam com aquele eterno sabor ácido do fel de ingratidão e traição. Fico com o sabor de mel! 
Prefiro o pouco,mas gosto dos bons gostos e gosto de poder dormir em paz.
E se quisesse me descrever ainda mais , aí sim ,eu pararia por aqui mesmo e imediatamente, porque tenham a certeza de que ,apesar de muitas coisas boas e outras ruins que tenho, a maioria boas já lhes enumerei todas e o que agora lhes teria para dizer, seriam todo o resto dos meus mais impublicáveis defeitos , quem sabe omitidos?
Perdoem, mas é uma questão de sobrevivência,não devo gerar provas contra mim mesmo!

SENTIMENTO DE CULPA E UMA CRISE DE IDENTIDADE.


                                 



Era desses homens que detestava ser anônimo.

 Falava alto na rua, tocava muito nas pessoas com se as quisesse trazer para si. Costumava dizer que, o que sempre desejou era ser era uma celebridade, mais tinha certeza de que jamais seria famoso, pois teria sido amaldiçoado por Deus, no dia em teria “feito mal” a sua prima, ela ainda nem debutante era e ele já um adulto e ainda ter exigido dela silencio sob ameaça física de consequências imprevisíveis. Naquele dia, movido por intenso sentimento de culpa, elaborou esta fantasia psíquica que lhe incitava a fechar-se para qualquer oportunidade desta sua única e insubstituível vida.

Então convivia com esta punição imaginaria que lhe gerava uma profunda lacuna dentro de si, sentindo-se pequeno, tolhido, incapaz, incompetente pela espada de lâmina afiada do
Criador constantemente, sobre sua cabeça e, sempre procurando algum motivo na vida para superar sua pequenez interior.

Uma delas era plantar árvore mais tinham que ser grandes, tipo palmeira imperial imensa mangueiras, eucaliptos, pois achava que árvores que não cresciam eram iguais a ele, portanto, pequenas, sem expressão e anônimas.

Árvores grandes apanhavam mais sol, respiravam mais ar, sentiam muito e melhor a força dos ventos e as rajadas de chuvas, enfim tudo aquilo que como ser humano ele não tinha conseguido alcançar. Era um arbusto espinhoso e retorcido típico das regiões das Caatingas nordestinas, esparramando-se em solo arenoso e cáustico, que queimava mais do que, as mãos do vaqueiro distraído quando pega o ferro em brasa para marcar o gado, pelo lado errado. Sente então a dor desmedida a que submete o animal.

Esta a dor que, ele também, sentia.

 Era a dor de ser um anônimo.

Sonhava com multidões o importunando, mulheres cutucando-o nos lugares por onde passasse sedenta de levá-lo para cama junto com sua popularidade. Era por isso que tinha ódio de ser anônimo, pois se sentia feio, sem o viço e a espetaculosidade dos famosos.


Nunca tinha dado um autógrafo. Isto o martirizava e ficava escrevendo seu nome nas brancas paredes do seu quarto, como se treinasse para um grande evento que lhe estava ainda reservado pela vida.Um mega-show no Canecão abarrotado de enlouquecidas fãs.

Era ácido, de difícil trato, indesejável, egocêntrico, feio e vivia rezando para chover, nos fins - de -semana, para estragar os planos de todo mundo, e assim diluir um pouco sua inveja nos outros, nos cornos e nos corpos fervilhantes daqueles que eram felizes e gostavam da vida.


Apesar destas distorções de comportamento tinha uma incrível e inusitada sorte com as mulheres, o que, porém ele atribuía - devido ao seu obscuro sentimento de autoflagelação social - ser uma mera atitude de compaixão por parte delas. Nada sincero!

E, também tinha muitos amigos que, ele os via com sua percepção doentia de anônimo neurótico, como uma grande equipe médica e estivessem sempre atentos  para levá-lo a uma sala de uma unidade de tratamento intensivo, após severo acidente vascular cerebral, fulminante.

Fantasias mórbidas!

Imaginava então, todas aquelas mulheres que lhes eram disponíveis e aqueles amigos, vestidos de branco, e ele na maca com paraplegia irreversível, rumo à escuridão eterna do anonimato sem retorno.


 É assim que pensava aquele homem que jamais percebeu que sempre fora o ator principal, o intelectual mais aplaudido, o milionário mais cobiçado, o mais laureado homem das artes, desta majestosa, única e insubstituível oportunidade que teve de nascer e continuar vivo, e não ter sido abortado, numa clínica clandestina de subúrbio, por sua mãe que jamais pensou em se desfazer dele e o via como a mais importante pessoa do mundo.


Afinal, só ele se considerava um inútil!

IRMANADOS NA DOR.



Uma cidade de duzentos mil habitantes aninhada no Estado de Santa Catarina e que antigamente se escrevia xapecó pela origem indígena do seu nome produziu um time de futebol, sempre considerado pequeno neste imenso e complicado balaio de grandes times de futebol, num país chamado Brasil , cinco vezes campeão mundial de futebol.
Um grupamento de jogadores que vive em clima absolutamente familiar, misturados em campos às suas famílias, e nos jogos, na plateia muitas crianças e casais não raramente abraçados.
Estava começando a voar alto, estes bravos jogadores da Chapecoense, assombrando o Brasil e no futebol tudo aquilo que espanta o Brasil, repercute imediato no mundo.
Até que o pagé de xapecó deve ter adormecido e o pássaro de ferro que levava seus amigos e camaradas, espatifou-se contra os obstáculos que sempre se antepõem aos pobres e pequenos quando estes insistem em botar a cabeça para fora das suas origens.
A Chapecoense estava começando a ficar grande, respeitado por aqui nestas terras Macunaíma e lá fora derrotando ilustres e imensos símbolos do futebol e o último foi o time do Papa,o San Lourenço da Argentina.
Para ser grande o pequeno deve enfrentar todas as mais perversas e ameaçadoras montanhas levantadas pelos poderosos, altas, por vezes instransponíveis, e nesta oportunidade fatal.
Ficaram por ali espalhados no campo indevido, antes de poderem entrar no campo desejado que era o do futebol.
Os pequenos e os pobres na maioria das vezes pagam com as próprias vidas suas legitimas pretensões de serem grandes, admirados e passarem a fazer parte do seleto cadinho daqueles que mesmo podem nunca terem feito gols, mas conseguem suas posições, comprando os juízes.
Foram-se quase todos os jogadores, morte estupida naquela montanha hedionda,jogo que não teve inicio, mas teve o falta fatal da sorte que os derrotou.
Cyro Aranha um conhecido e respeitado brasileiro, quando foi presidente do C.R.Vasco da Gama cunhou esta frase: “Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”.
E hoje, nesta triste data, fica emprestado para toda a população de Chapecó esta certeza.


                                                                                    


ACONTECEU DEBAIXO DO CHUVEIRO.




Eu era muito jovem e um dia pensei na minha morte. Estava debaixo do chuveiro e os pingos então começaram a doer no meu corpo como se fossem pedradas.
A idade foi chegando depois. Tinha muito medo do que estava pensando e achava tudo aquilo um desaforo pois afinal, me sentia imortal.
Hoje já muito menos menino e muito mais desaforado reconheço que o medo de morrer ficou guardado na minha inexpugnável caixinha de lembranças das coisas do passado.
Mas leva tempo para a gente reconhecer que é mesmo imortal!
Leva o tempo necessário para a gente compreender que só os infelizes pensam neste último ato e que quando encontramos a felicidade aí sim a certeza de que somos eternos.
Mas vou prevenindo se quiser ser imortal, veja as coisas materiais e a tendência à acumulação de bens com parcimônia e apenas as tenha, o suficiente para viver e ser feliz. Saiba também recuar. Saiba também reconhecer os erros. Saiba também ser melhor. Enfim, saiba!
E o maior dos saberes que podemos acumular e crescer sempre e apontado por aqueles que verdadeiramente nos amam.
E por falar em amor - e não estamos mais falando de nenhum outro tipo de amor e sim, exclusivamente agora do incondicional amor entre duas pessoas que se tornam uma, dois seres humanos que se entregam corpo e alma e suspiram juntos quando um ou outro ouve sussurrar em seus ouvidos palavras, frases ou o calor de lábios que se estalam fazendo que o tempo pare.
Tornar-se imortal e conviver com estes momentos de um eterno amor.
Então é muito agradável não sentir mais os pingos do chuveiro caírem como uma pedra sobre nossos atemorizados e infelizes corpos.

Portanto, espero todos vocês por aqui, para sempre. 

AMOR VERDADE.





Sabe o sinônimo de luz da eternidade? É amor! Este tal do amor que já foi escrito de todas as maneiras possíveis e que, no entanto, em nenhuma destas belas obras se comparam ao que é você senti-lo no coração.
E certa vez conversando com uma amiga ela dizia que não queria saber de amor pois, o amor doía muito, trazia em certas ocasiões muitas contrariedades e sempre dizia para ela que é impossível chupar sorvete sem derrete-lo.
E mais ainda, alertava para o fato de que uma dorzinha de amor, muitas vezes inevitáveis, mas não obrigatória, era muito melhor do que a dor de uma doença incurável que corrói o ser humano por dentro, flagela suas forças e nos faz sempre o trapo dos trapos esperando o momento de dar adeus à vida.
O amor tem dor própria sim, mas é muito sutil, vem como gotas de orvalho nos fazendo chorar o choro bom da saudade, mas não mata ninguém! Falo do amor, não das psicopatias a ele agregada. Isto é outra coisa. É doença. Estamos falando de amor como aquele sentimento maior que troca, divide, cuida, combustível da vida, essência maior da felicidade.
Quem ama vê pássaros, valoriza a lua, se encanta com as mil tonalidades das flores, sente um sabor mais apurado de tudo e de todas as coisas e quem duvidar disso, lembre o sabor incomum do beijo ansioso nos lábios da pessoa amada.
Há também aqueles que dizem que amar dá muito trabalho!
Como assim cara-pálida? Na minha tribo isto não é verdade.
Trabalho, isto sim, dá tudo aquilo que você faz e tem que realizar para ganhar o suado pão de cada dia e merecer depois disto a presença da pessoa que irá lhe fazer esquecer as dívidas e as dúvidas do dia de amanhã.
Quem acha que o amor dá muito trabalho é porque certamente nunca precisou quebrar pedra!
O amor é uma luz, intensa mas que não prejudica os olhos, quente mas amena, forte mas não bruta e serve para iluminar sim, nossas vidas por aqui e por toda a nossa eternidade.


MUITO CONFUSO!


                                                       
Quando eu começo a perder o norte,é sinal que o sul, o leste e o oeste estão igualmente embotados.
Sou homem de poucas habilidades de entendimento relacional, meio tosco, carrancudo e sincero demais para absorver tantos novos e nobres fluidos destes discutíveis modismos que já vão se consagrando nesta modernidade na era hipócrita deste "Politicamente correto".
Carcamano assumido, pouco letrado, sem sequer saber falar outra língua a não ser a pátria e muito mal, tenho procurado viver no meu canto, quadrado exíguo e enfurnando-me neste meu mundinho que não permite alçar vôos muito altos, pois meu combustível é sempre escasso, limitado e mínimo.
Sei muito poucas coisas na vida e atualmente,tão poucas que qualquer primata logo se afastaria de mim!
Não aprendi a fazer as trocas que hoje se fazem, isso por aquilo, aquilo por aquilo outro, e debito isso indubitavelmente ao fato de nunca ter morrido de amores pelo capitalismo das compras desmedidas e do toma-la-da-ca, meio cretino, sem alma , amor e apenas com muitos interesses em jogo.
Sou uma espécie em extinção, apenas naufrago daquele Titanic antigo e perdido em meio a tantos outras vitimas de um rasgo provocado por  um iceberg inoportuno no casco deste tecido social hodierno e que, já se rompe em infortúnios, e creiam porque não estava previsto a sua presença, ali e naquele caminho em meio a tantas águas. Mas estava lá.
É por esta razão que vivo olhando sempre para o lado com certa impressão de que sou apenas um remanescente ultrapassado e nunca um novo empreendedor, um herói destemido um profundo conhecedor capaz de saber fazer um futuro melhor.
Não saberei!
Aplaudo iniciativas pioneiras, mas particularmente estou encharcado de desconfianças e de culpas, não obrigatoriamente nesta ordem, mas desgraçadamente neste meu contexto existencial.
Tornei-me filho espúrio, bastardo e ilegítimo destas novas verdades emergentes,numa sociedade na qual o errado é que está certo e neste caso,a ofensa é colecionado como adorno, a libertinagem confundida com liberdade e uma indiscutível promiscuidade é nominada como um ajuntamento de nobres idéias e ideais convergentes entre pares, absolutamente iguais.
Então, peço para ser cremado entre os meus, absolutamente desiguais.
Por favor!
E acho que já estou falando demais.
Peço perdão,vou calar a minha boca!
Aliás, nem deveria ter aberto.



DAS NOSSAS DORES.



                                             

                                                                                   
A sua dor em mim é muito maior, pois, reverbera em ecos lancinantes que golpeiam e atordoam minha capacidade menor de absorver estes impactos.
Na vida preparei-me para quase tudo, mas, os seus sofrimentos, mesmo que eventuais, nunca estiveram na minha agenda de cursos preparatórios para enfrenta-los.
Lamento: Quer que eu minta?
Acho que sofrer junto com você é a forma que tenho encontrado para não ficar como um ser parasitário em admiração contemplativa e inútil, enquanto suas vísceras se contorcem.
Ver a quem se ama sofrer é muito mais do que a expiação de todos os nossos pecados cometidos, aqueles ainda em curso e os que,com certeza, iremos cometer no futuro, como ser humano falível, fraco, com pouca resistência e sem nenhuma vocação para super-herói.
É como se eu estivesse no Alasca cara a cara com um urso negro raivoso sem nenhuma arma para defender-me ou então quisesse ficar rico garimpando o ouro do solo sem nenhum maquinário próprio.
Assim é como me sinto: Inapropriado para conviver com a sua dor!
Tudo em volta perde o brilho, a graça, as formas se embaralham, o horizonte vem para cima da minha cabeça e a sua linha vira arame farpado que penetra em cada parte exposta da minha cabeça.
Dar assim para imaginar, sem a menor possibilidade real de comparação, como Cristo sofreu, pois o fazia pela humanidade!
Mas, também,quando um ser passa a ter a dimensão de uma autentica universalidade e representa uma vida dentro da nossa própria vida, fica menos difícil entender as razões pelas quais alguns fundamentalistas religiosos em holocausto, doam as suas próprias vidas por outras vidas.
Seus momentos de dor doem superlativamente em mim e acho que é este sentimento de acompanhamento, solidariedade e cumplicidade que me faz esperar pelo sol que brilhará depois de turvas e indesejáveis tempestades.
E o céu voltará a ser azul, cor deste seu menino!
Vai dar, sim, para ver você bonita de menina cor- de- rosa, expondo para quem tiver dúvida de que o amor é a única forma de absoluta possibilidade de superação de todas as dores.
Das suas e das minhas.

VOCÊ. COM . ETERNIDADE.

                                              


Tudo bem? Quero lhe dizer uma coisa. Conversas aquelas como nós dois sempre tivemos. E nelas, com elas e por elas até aqui sobrevivemos. Razão maior por nada entre nós ter sido efêmero, contrariando sociólogos contemporâneos que afirmam ter a nossa sociedade  e seus arranjos imediatistas, decretado a morte da permanência!
Muito mais arranjados e muito mais imediatistas para os nossos singelos e sinceros gostos estamos aqui, pé fincados na querência do nosso amor, cantado em sol maior, com harmonia que não destoa  e  muito menos enjoa, nem enoja os ouvintes aos nossos derredores contrários àqueles “... meninos quedos e taciturnos que olhavam em derredor de si com tristeza” como afirmaria na obra “O seminarista” Bernardo Guimarães, inesquecível poeta e romancista brasileiro que, na verdade, se imortalizou em: Escrava Isaura.
Escrava na qual não transformei minha eterna e doce companheira de amor chegado tardio, e  consolidado na elegância dos bons tratos e educados momentos que se perenizaram entre nós, vindos sempre de você.
Dançarina ou atriz, pouco importa, estas nunca foram as credenciais com as quais você tentou tirar o passaporte para esta nossa viagem de felicidade. Você sempre teve muito mais na sua Caixa de Pandora, muito mais na cartola de suas mágicas existenciais nas quais enverga, mas não quebra nunca.
Você é um momento de vislumbre diferente nestes tempos sombrios de hecatombes éticas e morais, a prova inequívoca de que o mal não é mais forte que o bem, o bom e nem do           correto que você sabe aspergir em múltiplas direções de mim, do meu corpo e do nosso amor transformando em santos suores nos quais me hidrato e rejuvenesço.
E mais do que tudo você fortalece meu lado guerreiro e que venham todos, pois se é para nos manter de pé, torna-la hígida de existência e saudável de pele com pele nas quais nos acariciamos, fique certa, serei inexpugnável.
Pensando bem, eu disse: Eu?
Desculpe, nem pensei em ser tão ingrato.
Na verdade minha força, robustez, intensidade e veemência são simples respostas à vida, da nova vida que você me deu.

E por tudo, obrigado meu eterno amor.

SE FOR PARA MOSTRAR,MOSTRE TUDO!

     

Quando se passou o quê?  Sei lá deveria estar com as minhas paredes de contenção das emoções descontroladas, derrubadas, tijolos por tijolos espicaçados, esfacelados e aos monturos, caídos no solo cáustico da sua implacável forma de punir e sempre a mesma, ou seja, isolando-me como um vírus fatal do Ebola. Isolamento sufocante que deixa sem ar os pulmões do bom senso,asfixia intolerável,momentos de verdadeiro terrorismo afetivo,forma inadequada de tratar à juízo de cada um, os erros de terceiros , os possíveis erros, ou que outro nome se dê a verdade, àquilo que atribuímos as blindagens de defesas próprias,de conveniência,de fachada,um enorme cartaz de rua onde se lê:Não incomode!
Sob forte emoção ou incontrolada fúria de reações como escapes de situações adversas, somos sim capazes de pular o muro da serenidade. A humanidade de cada um de nós é carne e osso, sangue que corre nas veias e sangue que quando esquenta, entra em ebulição e leva a inevitáveis arritmias do normal que sempre procuramos manter em equilíbrio. Infelizmente não somos feitos de bronze e muito menos de cristais.
Se nos espetam sentimos, se nos queimam ficam as marcas, escárnio sempre imerecido para quem é agredido, reação de defesa para quem agride. Quantas verdades! Socorro chamem um árbitro, procurem um ser acima destas questiúnculas diárias, talvez um daqueles iluminados guerreiros dos trezentos de Esparta que deram suas vidas pela defesa, também de todo o seu povo contra o arrogante e destruidor exercito incomensuravelmente, maior do implacável rei Xerxes, meio macho, meio esquisitão, meio maricas, na covarde e desigual da batalha das Termópilas.
Mas que possa julgar com retidão, diferentemente do fracote, e covarde Poncio Pilatos que lavou as mãos pela indecisão que viria semear a terra do sangue inocente de Cristo.
Se puder sugerir, pode chamar Salomão cuja sabedoria aparece na história dos filhos das duas prostitutas que vieram até ele exigindo, ambas, a guarda de uma criança. Uma delas disse que a outra havia dormido em cima de seu verdadeiro filho, matando-o. Ela então trocou as crianças enquanto a outra dormia com seu bebê saudável. Entretanto as duas diziam ser a mãe do bebê. Salomão mandou que trouxessem uma espada para cortar ao meio a criança viva e dar uma metade para cada mulher. A falsa mãe deu ficou indiferente, mas a verdadeira desesperou-se. Salomão então deu o bebê à mulher que nutria verdadeiro amor pelo filho: A desesperada!
Quero minha verdadeira mãe da justiça que não divulgue apenas minhas fraquezas ao tornar público para o júri da parentela dos familiares próximos, somente meus momentos de surtos destrutivos.
Diga o que construímos também, juntos ou separadamente.
Podem não ter sido obras tão suntuosas, como encontramos em Dubai, nos Emirados árabes, como o prédio Burj Khalifa, o mais alto do mundo com oitocentos e vinte e oito metros de altura e cento e sessenta impecáveis e luxuosos andares.
Podem não ter sido obras tão suntuosas como as sete e conhecidas maravilhas do mundo antigo e, com certeza, não tenhamos tentado voar tão alto, isolados ou juntos, como o fez Ícaro cujo sol era o limite, porém, de minha parte queria que todos vissem também que, com algum esforço fui capaz de fazer você feliz, ao meu modo, como podia.
Ao mostrar ao respeitável público a pior parte de mim, fiquei incompleto.
E isto que ficou encoberto, foi o mais perverso eclipse solar afetivo da minha vida.

JULGAR?




                                                             

O que sempre escutamos em algumas oportunidades sobre estas costumeiras discussões envolvendo a opção de gêneros é que, não devemos julgar aquilo que sexualmente,alguém escolhe como sendo o mais adequado para ele.  
Realmente o julgamento em si só,compete àquele que opta entre esta ou aquela possibilidade e desde que, como todos os outros seres humanos iguais a ele, se comporte dentro dos limites estabelecidos pela moral social vigente.
Afinal, somos uma coletividade que precisa de bons exemplos,pois os maus inundam diariamente as nossas casas como a atuação equivocada da mídia,da violência urbana,dos equívocos entre estes e aqueles outros envolvidos em ações antissociais, as mais diversas.  Se algumas das nossas atitudes, independentes da suas origem,venham a engrossar esta enxurrada de condutas marginais da sociedade, então ela tem que ser julgada,sim!
Andei escrevendo por aqui, que aquilo que mais me preocupa nesta questão das opções de gêneros seriam os excessos indesejáveis, de minorias que só prejudicariam e fariam com que joio e trigo não fossem diferenciados.
Todos nós sabemos que, em qualquer movimento social de mudanças e transformações agudas como é esta das opções de gêneros, tendem a agregar em seu seio, extremistas que desejam deliberadamente, ofender a sociedade com atitudes impróprias,violentas ou premeditadamente praticadas para causar revolta em terceiros.
Isto é condenável!
Estas atitudes dissonantes da maioria daqueles que tão somente optaram por esta ou aquela forma de serem mais felizes, em geral são praticadas por aqueles que não têm segurança da sua nova identidade cultural.
São indivíduos que precisam agredir a sociedade com atitudes grosseiras ou dispensáveis para chamarem a atenção sobre eles, sobre aquilo que eles mesmos ainda não estão conscientes de ter sido a melhor escolha.
Quem faz e segue qualquer padrão de conduta na vida por absoluta certeza de que, aquilo é o melhor, jamais irá necessitar e sob hipótese nenhuma, querer despertar a violência em outros, à partir das suas próprias violências e tentativas de afirmar-se em suas inseguranças.
Neste caso, cabe sim o julgamento da sociedade , inclusive para preservar o lado correto dos movimentos nos quais eles se incluem.

COMPANHEIRISMO.




Quando ela disse que "o amor enjoava", ele fingiu que não tinha escutado.E continuando nos seus arrepios daquelas palavras contundentes, como se fosse o vulcão Vesúvio cuspindo suas lavas incandescentes de indignações ela completou dizendo também que, "o amor dava muito trabalho".
Tudo que se fala tem um peso, uma necessidade, um valor que pode não ser daquele diamante incrustado em ouro branco de um cordão que repousa no colo daquela mulher amada, por entre o caminho mágico dos seus seios, mas devem ser ouvidos. Seja o que for!
Afinal, se amar fosse apenas concordâncias irrestritas, momentos quase que mágicos nos quais a boca do estômago sente uma sensação que ninguém sabe o que é, e o peito aperta como se quisesse falar em braile com o coração, a vida seria mais doce que mel.
Seria perfeito sim, mas com muitos mais casos de diabetes
Mas o amor , não é só isso!
Então, e caindo na real, existem os mais diferenciados momentos nos quais o mel ou vai se diluindo ou se concentrando e empedrando cada vez mais, e as variações sobre este tema são muito normais.
O que em geral, falta compreender é que, se pararmos para pensar na primeira estação da afetividade, ou naquela esquina de frente para a rua da afetividade, na qual cobrimos de pedras de esmeraldas para enfeitar os caminhos, tão forte quanto o amor é o companheirismo.
Quem só conseguir ficar junto para amar e não souber dar as mãos também, para puxar das profundezas dos sofrimentos e necessidades alheias ou abraçar na dor ou na alegria o outro, não é companheiro, apenas alugou um coração ligeiro para chegar mais depressa e ninguém sabe muito bem, onde!
Em geral fala-se mais do que se pratica e o famoso “estamos juntos”, nem sempre é bem assim, e seria o caso de perguntar-se: 
-Juntos em que situações, cara pálida!
Ser companheiro no amor e saber dilatar as possibilidades de dar muito mais certo os melhores momentos, pois, quando estes chegam, chegam também com eles as lembranças de que, além de um amor estaremos abraçando uma autentica amizade.
Isto conta demais e deve ser o norte, o horizonte, o ponto futuro de todos aqueles que acreditam que o cinza é a mistura, inexorável das duas outras cores que lhe dão origem: O preto e o branco.
Compreender que as conseqüências do amor serão sempre mais fortes, robustas, densas e verdadeiras quando o companheirismo fica lado a lado, é ser mais do que um egoísta perdido em fantasias egocêntricas que geralmente, excluem o saber dar as mãos quando necessário.
As minhas mãos sempre estarão disponíveis.

OS OUTROS NAS NOSSAS VIDAS.

                                                  


Ah maldição!
Parece até coisa de duende que passou a madrugada no temporal que caía sobre o nosso jardim do amor ou vingança de alguma fada madrinha estuprada na mão grande e covardia inominável, no morro do alemão!
Parece que as coisas acontecem num turbilhão programado de infelicidades, pois  sempre que você me apresenta alguém,  este ectoplasma existencial, trás consigo um pacote de quinquilharias e bugigangas existenciais apodrecidas, um  verdadeiro monte  Everest de problemas que , sinceramente eu ando declinando solenemente, deste novos e possíveis futuros “amigos” os quais você vem me propondo com certa insistência.
Podíamos até combinar o seguinte: Por que ao invés de seres humanos problemáticos  chatos, malucos e inúteis na sua máxima e plena inutilidade você não me trás eventualmente uma Maritaca de penas brancas , um hamster brincalhão já na gaiola com aquela roda que eles adoram ou quem sabe um gato ou cachorro até mesmos destes achados na rua.
Eu a adoraria só em pensar que estes novos amigos tem boca, mas não falam.
Aleluia!
E os problemas não mudam, são de uma previsibilidade alarmante e circunscrevem-se infalivelmente na falta de amor, falta de dinheiro ou falta de emprego, mas e principalmente, falta de felicidade.
Gente chata, medíocre, vaza... vaza, por favor!
O pior de toda esta história é que essa gente não tem saliva na boca e sim, elas tem um concentrado liquido de inveja e a cada beijo falso e hipócrita que te dão, inoculam em você as piores bactérias existentes de todas as matizes biológicas e virulências.
Historinha rápida: Gosto de samambaia chorona, as penduro no teto. Certa vez uma vizinha problemática entrou lá casa e disse:
-Meu Deus que samambaia linda, nem acredito!
No dia seguinte, a samambaia estava totalmente seca e espalhada pelo chão!

                                                    

NÃO PERMITA A EXTINÇÃO.

Alguns animais que foram considerados extintos muito recentemente e que se somaram a barbárie da destruição de muitas centenas de outras especies.
Estes foram à partir de 2013:

 leopardo-nebuloso (Neofelis nebulosa brachyura) de Taiwan.



O
 Diceros bicornis longipes foi declarado extinto 
                                                                                       
                                                                         
Sapo Rhinoderma rufum, endêmico do Chile
                                                               
                                                                               
O último maçarico-esquimó conhecido foi observado em 1963. 
                                                                                 
O que espero é que este não seja o mesmo destino do amor que você carrega dentro de si.
Lute até a ultima possibilidade!

AMOR GANGORRA.


Sabe quando você se habitua a conviver com eternas incertezas ou constrangimentos continuados para manter um amor que, não oferece mais nenhuma consistência para tornar-se confortável para ninguém?
Isto é o amor gangorra!
Se pararmos um instante, seja quando ele estiver no alto ou no baixo das suas instabilidades, pensarmos,refletirmos, analisarmos e avaliarmos o que está acontecendo, chegaremos a conclusão de que,adoecemos com ele.Apenas continuamos a investir em ações de terceira classe, nesta bolsa de valores sem mais nenhum valor e jamais teremos lucros nem dividendos esperados pois, é um papel ridículo apodrecido pela má gestão dos empresários.
Não devemos nos acostumar com aquilo que só trás infelicidade e aquelas infinidades chorumelas e bate-bocas constantes,infrutíferas, estressantes e constrangedoras.
Quando se perde a autoestima, despencamos ladeira abaixo nesta imensa montanha escorregadia por um lamaçal, cujos respingos em nosso corpo, só sairão com muito banho de recuperação da nossa dignidade, enquanto pessoas.
Temos horror ao rompimento,apostamos sempre na possibilidade do reencontro ou paz perdida,tornamos sempre muito mais difícil , vermos a realidade nebulosa daquele amor com um céu sempre ameaçador, escuro, cheio de faíscas dos raios indesejáveis de rancores e que acaba desbabando , inevitavelmente em tempestade,inundando e sufocando nossas cansadas possibilidades de resistência.
E assim que a banda toca!
E sempre que precisamos mentir para nós mesmos,iludirmos, enganarmos e virar trapaceiros dos nossos próprios sofrimentos, decretamos a morte de qualquer amor que, tal qual a chama de uma vela que, se apagou cansada e exausta de si mesmo.
Isto porque, o amor é liberdade na convivência ,sem receios, medos nem pejos,é céu azul sem nuvens constantemente ameaçadoras de grandes temporais emotivos ,exige movimentos dóceis sem violências ou ameaças ,um verdadeiro balé de danças suaves à frente daquela monumental orquestra de sonhos e paixões verdadeiros.
Se as sapatilhas se rompem ou a orquestra desafina é sinal que o amor gangorra está pedindo para sair daquele palco, e em nós deverá prevaler a coragem de aceitar o inevitável da separação, sempre com saudável e eterna esperança, de que o próximo espetáculo, seja mais digno.
Fecham-se as cortinas!



SOCORRO!




                                                                     
E quando as pernas não sentem mais o chão,a cabeça fica vazia e uma sensação de náusea persiste dia após dia, o dia fica com jeito de noite , a noite daquelas sem lua e céu de estrelas escondidas?
Fica um gosto insuportável de que o amanhã pouco importa e o ideal é de que ninguém mexa em nada à nossa volta , nenhum barulho aconteça, nada fora do comum se faça presente e pedimos inclusive que os pássaros calem-se!
Lágrimas insistem em estar presente até quando ficamos assistindo programas infantis na televisão e deparamos com a  alegria constante da gurizada,sempre na esperança de que logo um outro dia , um outro mês seguinte ,um outro ano após aquilo tudo surja, pois, naquele momento estamos com a vida mergulhada em absoluta desesperança e solidão.
Para irritar ainda mais,uma inoportuna nesga de sol irrompe entre as nuvens pesadas de um dia frio e sombrio e aquilo parece uma ameaça,torcemos para que o sol só volte a brilhar bem longe de nós porque o que se quer é dormir, enfurnado na cama incômoda da nossa falta de prazer para qualquer coisa.
O que terá acontecido?
Será que andamos acompanhando muito as desordens politicas,
estaríamos muito preocupados em sermos politicamente corretos e aceitarmos, contra a nossa formação moral todos os modismos e outros ismos de uma sociedade que já achamos insuportável?
Deve ter faltado mais amor, com certeza foi isso,esvaíram-se as nossas emoções plenas e maiores que nos davam sustentação e nos mantinham de pé, fomos derrubados por uma sensação de inutilidade absoluta vagueando entre horas infindáveis que jamais terminam.
Tudo muito difícil de ser explicado, muito difícil ser diagnosticado como tudo aquilo que fazem parte de um todo da mente enfraquecida e quase entregando os pontos.
Então surgem as dores.
Juntas que queimam,músculos que parecem ser de vidro prestes a quebrar e nas costas um peso inadmissível de suportar e carregar,afinal pesam toneladas e nos empurram para baixo,o mais perto do chão possível.
É um momento difícil!
Deve passar, deve acabar um dia,não pode ser eterno este inferno que veio substituir uma vida que era muito feliz,se não a mais feliz uma vida que, jamais pensou em pedir socorro.

CRISÁLIDA.



Enquanto tudo era viçoso e verdejante jardim, novidades semeavam as relvas e as plantas novas bem cuidadas, refestelavam-se em regozijo de peito aberto em céu azul de nenhuma nuvem. Crisálida, no entanto, entre crisântemos esplêndidos, ainda sôfrega, quase imóvel, não podia fazer rastejantes, alegres e contínuos vôos de amor e relacionamentos contínuos no ambiente que foi feito para ela, também.
Sonhava ser beija-flor.
São as jogos da natureza que apostam nas aproximações e incentivam as trocas, entusiasma-se com os comensais visitantes e os que, por ali, já têm aposentos fixos.
Há uma permissão nestas visitas aos reinos majestosos da mãe-natureza com trocos e trocas bem definidos.
Forte e intenso calor do sol é sempre muito bem vindo e, algo diz que não é possível uma existência separada entre isso e aquilo, aquilo e aquilo outro, enfim, integração e solidariedade crescem juntas e florescem.
Jardins ficam assim, completos na comunhão, daquela harmonia.
Ventos mormos, por vezes irão soprar, algumas nuvens se aproximarão ofuscando o esplendor de um sol antes muito forte e iluminado, mas agora entre pesadas nuvens se esconderá e ameaçadores presságios indicarão fortes temporais.
Pássaros se protegem, crisálidas imóveis e presas temem, enquanto houver incertezas no tempo, pois, agora, cautela se faz necessária, o recolhimento é bom conselheiro, não pode haver exposições, e sim,respeito à chuva que cai, muda o tempo, mudam as condições, enfim, daqueles novos tempos.
Caem os primeiros pingos de chuva, caem as primeiras lágrimas do céu no jardim imenso e acolhedor da vida que, sorrirá revitalizada pela  certeza de novas semeaduras.
Tantas outras flores e plantas explodirão, e muitas espécies de todas as ordens naturais serão convidadas para aquele banquete das diversidades.
Assim é o amor.
Há momentos de intensas liberdades, sem freios no que está estabelecido, sem pejos nem pudores, nenhum aguardo de outra situação que não seja o viver intenso dele mesmo.
Não irão importar pequenas ou grandes diferenças disto ou daquilo, afinal, ninguém é espelho de ninguém e somos o que nos deixaram ser, vivemos o que aprendemos, aprendemos exatamente, com aquele outro que é diferente de nós.
Nos jardins existe a crisálida que ainda não pode voar. No amor também, crescem momentos nos quais, algumas nuvens encobrem o sol ,mas pingos de chuva trarão as amenidades.
Devem ser recebidas com mutuo consentimento, e então, finalmente, a crisálida será borboleta, o céu novamente se abrirá tingindo-se de azul cor de menino à espera do rosa da menina que, virá naquela nesga iluminada do sol e das nossas fantasias.

A FAVOR DO BRASIL E APRENDAMOS A LIÇÃO.

                                          




Nas democracias representativas é o voto popular que elege nos sistemas presidencialistas o mandatário responsável pelos destinos da nação durante o seu mandato.
Cabe aos grupamentos sociais  e políticos vitoriosos cumprirem promessas de campanha e aos derrotados no pleito a responsabilidade de reestruturar-se  para melhorar seus desempenhos nas próximas eleições.
Para que a democracia continue a ter a indispensável oxigenação que lhe permita ao pulmão politico-institucional da nação sobreviver sem riscos de rupturas de anormalidades institucionais e indesejadas  com graves apneias que a  levem para o  pronto-socorro das intervenções  militares e jurídicas, o legislativo deve manter-se à altura da confiança que a nação nele depositou e o executivo um desempenho de profícuas realizações ,conforme combinado nos palanques.
A oposição tem uma responsabilidade fundamental para a salvaguarda do regime  democráticos qual seja, preparar-se para fazer a indispensável alternância do poder em eleições seguintes.
A alternância do poder é o verdadeiro oxigênio que toda e qualquer democracia plural representativa necessita.
Isto porque não existe nenhuma diferença entre um regime de exceção  que governe uma nação por vinte anos, daquele outro que faça o mesmo por incompetência de uma oposição incapaz de encontrar lideranças capazes .
São fenômenos indesejáveis para as democracias plurais representativas  os  regimes militares que se instalem no poder civil ou as teocracias fundamentalistas religiosas, assim como, as monarquias absolutas ou partidos políticos que não encontrando na oposição lideres capazes de substituí-los  democraticamente, vão somando mandatos  e mais mandatos sem que se alterne as lideranças .
E quando isto acontece os governos se transformam numa imensa e inexpugnável caixa- preta  a  qual ninguém é permitido vasculhar as suas vísceras funcionais, apesar de na teoria, caber aos órgãos de fiscalização institucionais a obrigatoriedade de fazê-lo.
Aqui poderíamos usar a máxima popular de que: ”Manda quem pode, obedece  quem tem juízo”, e ”juízo” aqui fica traduzido na subserviência de maus brasileiros que faminta de uma fome incontrolável de poder, aceitam cargos e muitas outras benesses, transformando-se em “aliados”  para a continuidade de uma democracia  para qual foram derrotados.
“Aliados” que deveriam estar fazendo vigilante oposição aos atos dos agrupamentos políticos que se eternizam no poder, porém enredam-se na cômoda possibilidade de serem   movidos pelas barganhas dentro do próprio governo com seus imensos rabos presos .
Pobre a democracia que transforma e permite que a verdadeira oposição, aquela que seria a única capaz de propiciar a imprescindível alternância do poder - forma única de sobrevivência deste regime de liberdade politica insubstituível-  se venda, macule, ignore  e se corrompa também, em detrimentos dos anseios maiores da nação e ao invés de encontrarem homens públicos capazes de em eleições posteriores, interromperem esta indesejável e inexpugnável  confecção desta  caixa- preta de bandalheiras e corrupção de toda ordem  e para qual passam a ser também, os seus maiores colaboradores.
No caso brasileiro parte desta abominável caixa-preta cresceu e formatou-se em nossas riquezas  petrolíferas e ninguém via nada, até que por acaso todos foram obrigados a enxergar.
Ninguém que eu digo, é NINGUÉM mesmo!!!
Quer que eu minta?

MUNDOS DENTRO DO MUNDO.

                                                       


Quantos mundos você já viveu neste mundo? Dores, traições, alegrias, felicidades , amores paixões ,ilusões, dinheiro que veio  e que foi, bens que nunca vieram e poderiam ter vindo.
Quantos cachorros passaram pela sua vida. 
Digo cachorro, cães mesmo!
Preste atenção, pois de nenhum deles que se foram nós os esquecemos, e o mesmo não aconteceu com muitos chamados amigos ou conhecidos dos quais não lembramos nem mais os seus nomes.
São bons e maus mundos que nós vivemos dentro deste nosso mundo.
Existe muito de contradição dentro deste mundo que vivemos e dos outros tantos mundos passageiros que os criamos.
Damos asas e forma com nossas imaginações, mas que depois ao acordarmos sentimos, vemos e apalpamos somente aquele mundo que já existia,o real,verdadeiro, antes daquele que criamos para as nossas expectativas e que, não continuam mais a existir depois  de que tudo deu errado ou certo mas já acabou, acabou como os nossos sonhos.
Fica o quê destes mundos que nos criamos dentro deste nosso próprio verdadeiro e real mundo que vivemos?
Lições, aprendizados, novas formas de comportamento, saudades, desatinos, vergonha, desonra...
Quais foram as obras primas que criamos imaginando um novo mundo dentro do nosso mundo real?
Se fizermos uma introspeção e nos determinássemos a recriá-los o faríamos?
A maioria de nós não os recriaria.
A maioria de nós nunca foi tão feliz quanto desejava, alegre como deveria e vivenciou a paz que imaginávamos.
Ficou faltando algo, alguma coisa não se encaixava aquele maldito ponto na maioria das vezes, que fica sempre fora da curva.
Mas valeu!
E valeu o quê?
Valeu por ainda estarmos vivos apesar de todos os pesares.
Então,já que sobrevivemos, que tal continuarmos a tentar criar novos mundos dentro deste mundo em que vivemos?
Mundos melhores,pelo menos,nas nossas imaginações!

O PERDÃO : OLHO NO OLHO.

                                                       

Quando devemos pedir que outrem nos releve este ou aquele momento de menor lucidez,em geral, emoldurado de um descontentamento perverso e imerecido,uma fúria de búfalo no cio sem eira nem beira que, nos leva a atitudes impensadas e que fere quem não merece?

Quando?

É comum, quando chega o momento,nos desculparmos, pagando com presentes,coisas materiais,flores, bombons,ida a um cinema , teatro ou passeios,um jantar no restaurante preferido no intuito de, amenizarmos atitudes insanas que por vezes tomamos e as queremos recompensar e , logo admitimos em seguida , como um erro das nossas condutas.

Tudo bem que esses regalos materiais, sejam muito bem vindos e tentem provar a terceiros que nossa atitude foi precipitada e funcionam como uma espécie de escambo,troca,pedido de deixa pra lá.

Exatamente aquelas trocas, as quais fazemos quando cometemos algo errado, mas, em compensação, ficamos tentando corrigir com espelhos, água de cheiro, brincos ,colares e outras bugigangas e quinquilharias, tal qual, os nossos colonizadores também, faziam para cativar nossos índios.

Na realidade o que queremos é o perdão!

Queremos sermos vistos como seres humanos,falíveis, irascíveis,por vezes injustos, na maioria das vezes egoístas e quase sempre, impulsivos e deixando que, a razão leve uma rasteira das nossas emoções incontroláveis de momento.

De flores a um caríssimo carro Ferrari Testarossa - e que seja vermelha - ou uma viagem encantada a Dubai, ou qualquer outra contrapartida de afeto, o que queremos, mesmo e certamente, é o perdão.

Ser perdoado lava nossas manchas pretas de arrependimento da alma, o escárnio provocado em nosso interior que sangra agora em estado de culpa e inconformado, querendo retribuir com o céu e a terra, para soterrar o mal entendido.

Ok, tudo isso pode funcionar como um meio de estabelecermos o inicio do diálogo para a retratação.

Porém, a dignidade do relacionamento só se efetivará e de forma definitiva, com o olho no olho, o quanto mais próximo possível, com os rostos sentindo o calor das respirações e bocas quase coladas uma na outra.

Então, espera-se a atitude daquele que antes vociferou, bradou e gritou um punhado de ingratidões, balbucie com lábios trêmulos saído de uma fornalha de arrependimentos e sentimentos os mais profundos e autênticos,  aquela mágica palavra que em geral remove qualquer montanha de constrangimento: Perdão!

Dessa forma,vocês perdoariam?

FABULA DA LIBERDADE E DO MEDO.

                         


Local: Infinito das contradições.
Personagens: Liberdade e o medo.


Medo-Tenho certeza que você me sufoca,domina,controla, cobra, exige,aprisiona,cerceia...
Liberdade-Não era para ser assim.
Medo-Pois é, nem sei explicar, mas me sinto do seu lado aprisionada, sem assunto, sem graça.
Liberdade - Você já nasceu assim?
Medo-Assim como?
Liberdade - Sem estar acostumada a conviver com a liberdade?
Medo - Eu sempre fui livre.
Liberdade-Não perguntei isso.
Medo-Então perguntou o quê?
Liberdade-Se estava acostumava a conviver com a liberdade.
Medo- Já respondi.
Liberdade- Não você disse que sempre foi livre
Medo-E qual é a diferença?
Liberdade- Muitas pessoas são livres para viverem presas.
Medo-Isto é jogo de palavras
Liberdade- Não isto é um jogo fatal que a vida as impõe
Medo-Livres para serem presas?
Liberdade – É!  Livres para serem presas.
Medo- Eu vou pra onde eu quero.
Liberdade - Isto não é liberdade, é movimento, pois, vai sempre para onde deve ir.
Medo- Eu faço o que eu quero.
Liberdade- Isso é trabalho.
Medo- Complicou.
Liberdade - Quem tem sempre que fazer alguma coisa, não é livre, sinônimo de liberdade é o de não fazer, também.
Medo- E por que você está me dizendo isto e desta forma?
Liberdade-Simplesmente, porque estou falando com o medo.


Moral da história: Liberdade é saber dialogar com o medo.

PARA OS DIAS E MODOS MODERNOS.



                                                
                                          
Tenho uma maldita - para os dias e modos modernos – percepção de fatos que por vezes  é tão insólita quanto a inevitável obrigação de termos que sacrificar um cavalo só porque  quebrou uma das pernas e sempre achei isso o emprego de uma força desproporcional e covarde.
Também me tornei inconveniente, por deslize de caráter inadaptado – para os dias e modos modernos – na defesa de princípios e minhas picuinhas de ideias e ideais remanescentes de um passado cujos valores eram menos elásticos e se insistíssemos em ignorá-los arrebentavam na nossa mão.
Época aquela que, pelas mesmas razões sempre ficava com um pé atrás daquela  conduta desmedida-para os dias e modos modernos- a hipótese da existência dos himens complacentes, julgando-as naqueles tempos, farofices  e  bufufas  biológicas, descabidas desculpas e pensava simplificando, num fato correlato do elástico que sempre arrebentava nas minhas mãos quando eu o esticava demais.
Minha geração nascida no momento em que os povos se divertiam jogando bombas uns nas cabeças dos outros, sempre foi muito crítica, me indignava quando o ser humano ainda se indignava verdadeiramente - para os dias e modos modernos- no qual a indignação é só retórica, pois, poucos põem a cara a tapa nas ruas, nas praças ...
E por esta formação aprendida nunca aceitei conviver com amores que pudessem ter substitutos nem estratégias de substituição de interesses outros descartáveis-para os dias e modos modernos- e assustava-me o fato de que a mentira dita a uma mulher ou vice-versa, não  fosse ato de desvarios absolutamente ultrajante e que merecia ser punido sim, com a forca.
Impregnado e empolgado pelos intrépidos discursos de Cicero e Catilina que formataram meus modos de diálogos exacerbados e acredito ultrapassados- para os dias e modos modernos- principalmente para esta época atual, na qual tudo se explica e se justifica através desta porcaria inventada e que deram o apelido de: Politicamente correto.
E eu lá quero ser correto. Interessa-me ser justo!
Gavião intrépido de outrora e de encantamentos outros para as mulheres daqueles tempos que, me cercavam e me acolhiam com relativa generosidade- para os dias e modos modernos- vejo agora como fomos todos para os mais abissais e indesejáveis buracos de um chamado processo evolutivo social no qual, e pasmem, às vezes nem o café se mistura mais com o leite e onde viceja o racismo, o egoísmo, este pior dos capitalismos e...tantos outros ismos.
Portanto, entre isto e aquilo, aquilo e aquilo outro me aborrece muito, aquilo que era antes o amor- para os dias e modos modernos – e naquilo que se tornou.
Não que eu queira exumar Romeu e Julieta, mas me chateia não termos aprendidos com Shakespeare   o mínimo dos seus ensinamentos e necessidades vitais que apontavam para a verdade de como lutarmos por um amor autentico.
Isto é imperdoável!