SOBRE AS FERIDAS.


                                                                               

O perigo de quem se dispõe a tratar das feridas alheias é que podem se infeccionar,também, por elas.Pustulentas e inflamadas a maioria das feridas, grandes ou pequenas, são consequências daquelas indefectíveis e pretéritas dilacerações que lhes esgarçaram a pele do corpo ou da alma naquele ontem sombrio da amargura. As feridas do corpo cicatrizam apesar dos dores mas, as da alma latejam e purgam indefinidamente. Não nos abandonam.Se as do corpo podem infectar peles alheias, suas bactérias e sua virulência sucumbe aos cuidados e tem vida curta, deixam somente, no máximo, cicatrizes . Mas as da alma tem uma capacidade incansável de destruir o sorriso e alegria alheias. Boca da alma que expele fel. As feridas da alma levam a conflitos doentios e vivem passeando entre os sentimentos de culpa e vingança.Vivem exigindo reparações, tornam as pessoas que delas se aproximam como espelhos e os quebram como troféus de derrotas sofridas no passado. Gente redundante e ciclicamente necessitada de ver renovados seus momentos indesejáveis e obscuros de angustias. Cara enrugada e ferida pelos espinhos do ontem. Explodem entre surtos de invejas e inconformismo, grudam-se a terceiros e como os afogados, desejam afogar também! Deus não os pacificam pois jamais desejam acabar com sua autoflagelação das quais se alimentam e nestes casos,como Deus é perdão,vociferam: Vá de retro satanás! Precisam do litigio com o mundo,elegem adversários aqui e ali e as feridas da alma diferentemente daquelas da pele que cicatrizam com pomadas da atenção e amor, exigem estar sempre abertas  e escancaradamente de mãos dadas com a necessidade da desforra,retaliação,revanche e represália  para enfrentarem com a soberba do eterno ferido, quem quer que seja que lhes ouse contrariar os solavancos de suas iras cultivadas e eternas.
As feridas da alma só cicatrizam quando o corpo inteiro é digerido pela terra que os consome ou o fogo que os incinera.




SANTA DULCE DOS POBRES.






 A primeira santa brasileira a ser canonizada olhava para os pobres preferencialmente,sem negar a ninguém, no entanto, suas bençãos e milagres.
Falar ou escrever sobre Irmã Dulce e a espetaculosidade espiritual da sua obra é tentar descrever o transcendental, aquilo que acreditamos e nunca vimos, a fé que nutrimos pelas provas relatadas pelas curas e milagres a ela atribuídos.
E por esta razão nos curvamos à sua reconhecida santidade.
Santa Dulce dos pobres será aqui, por nós colocada em imagens que,valeriam pelo melhor texto que eu não saberia escrever!