NÓS.

 

                                                                                 



Não consigo ser mais autônomo, sentir minhas próprias emoções e dar-me ao direito de tê-las e ser responsável por elas, trancafiado e sozinho junto com meu umbigo. Seja na alegria ou na dor, na saúde ou na morte tudo agora no meu entorno tem que ter aquele selo exatamente como eram lacrados as cartas medievais antigas com sinetes calcados em cima de cera derretida para lhes garantir absoluta inviolabilidade.

É como agora eu sinto, desde que minhas próprias vontades foram cedendo transformando em sentimentos e emoções as quais aprendi com você. E não pense que me descaracterizei como uma pessoa singular. Na verdade eu expandi, cresci, avolumei atingindo quase a perfeição em deixar tocar o meu coração com as coisas que você também, permite para si, ser tocada. Conclusão: Tornamo-nos um só apesar de nossas evidentes e plurais concepções sobre a vida que temos e as cultivamos.

Porém, quando olhamos para as nossas vidas afetivas deparamos com as dezenas de teclas de um piano de cores e tamanhos diferentes e porém, capazes de ser tocadas com maestria e competência, jogando no ar para gáudio do respeitável público, acordes harmoniosos nos quais não diferenciamos mais as notas musicais que isoladamente os construíram.

Não somos a soma e sim, a síntese.