Eu ainda era muito menino e queria ter um estojo para guardar lápis de madeira,lindo envernizado com fotografias de super-heróis fazendo aquelas poses para impressionarem ainda mais as crianças.
Ganhei no dia do meu aniversário e fiquei absolutamente arrebatado e satisfeitíssimo com aquilo.
A tampa era de encaixe que corria em dois sulcos laterias pelas bordas da caixa e tinha medo de abrir para não quebrar nada,danificar o que eu tanto desejei por muito tempo e afinal,agora estava ali nas minhas mãos.Ia para a escola com uma antiga,e não sentia nenhuma coragem de colocar a nova e bonitona em uso,nem sequer admiti a hipótese de que meus amiguinhos a visse.
Sabe lá se algum invejoso a quebrasse, ou quem sabe, outro mais afoito a roubasse de mim?
Nem pensar!
Para que nem meus irmãos não soubessem,enrolei a caixa de lápis num pano e a guardei , bem guardadinha em cima do armário e foi uma operação muito arriscada, pois tive que subir numa cadeira com os pés meio bambos, enfim...
Nem eu a conseguia mais ver, porém sabia que estava ali bem protegida e incólume das idas e vindas, naquela verdadeira redoma que não permitia que caísse ou quebrasse.
Muito tempo depois, minha mãe ao mexer na minha pasta de couro da escola e não vendo o estojo, perguntou se não a estava usando e disse que ela estava bem protegida e guardada.
Quis saber onde e mostrei e ela então a trouxe para baixo dizendo que deveria desfrutar daquilo e não fazer o que fiz.
Quando ela pegou no pano ele se esfacelou todo e lá dentro a caixinha tinha sido devorada pelos cupins.
Chorei muito.
Substitua agora minha caixinha de lápis pelo amor e não será difícil saber aquilo que poderá matá-lo.
Quando amamos, temos que externar esse sentimento, com zelo, carinho e sem sentimento de posse. Possessão e amor não combinam. Bjus
ResponderExcluirOi NÁDIA,
Excluir"Possessão e amor não combinam".
Pois é , então lhe peço com uma frase que já foi livro,já foi filme,agora está na minha boca:
Ensina-me a viver!!!
Um abração carioca.
Se nos tivesse sido permitido, eu seria uma professora nota 10 (kkkkkkkkkkkk). Neste caso modéstia passou distante de mim, pois sou dedicada no que faço. Bjus
ExcluirTudo e qualquer coisa que não é usado, visitado, explorado... acaba no esquecimento e morre, isso inclui o amor e, até mesmo, as lembranças. Costumo dizer que tenho uma caixinha guardada no fundo do meu coração e, de vem em quando, vou até lá, tiro a poeira e a abro. Só de pensar nesta caixinha, meu sorriso se abre, porque nela guardo apenas as coisas boas. As ruins faço questão de jogar fora!
ResponderExcluirMeu carinho!
http://pequenocaminho.blogspot.com
AUDREY,
ResponderExcluirinveja desta caixinha!
Inveja boa , existe?
Um abração carioca.
Paulo, mais uma vez adorei seu texto...eu lembro dessa caixetas de madeira, também tive uma, embora não tenha cuidado com tamanho apreço. Bela lição que sua ma~e lhe ensinou e que você sabiamente associou ao amor. Sufocar não é a melhor maneira de amar. Um abraço!
ResponderExcluirNão, não é BIA!
ResponderExcluirNão é sufocar.
Amor exige a liberdade dos mais ousados sonhos que possamos ter e a maior quantidade possivel de oxigênio afetivo para podermos respirar sem medo de ser feliz.
Abração carioca.
Olá, rapaz! Eu também me lembro dessas caixinhas de madeiras, não me lembro se as tive. A metáfora foi perfeita, acho que vou gostar de abrir essa porta sempre que tiver novidades, e nos seus outros cantos também.
ResponderExcluirObrigada por ter ido lá.
E do amor, eu não sei nada não... Enquanto você comentava eu atualizava o blog falando justamente disso, do meu analfabetismo amoroso.
E guardar o amor pra que, né?
Ame, homem!
Beijo!
Oi MILENE,
ResponderExcluirseja muito bem recebida num dos meus cantos e nos outros, também.
E só não concordo com a sua excessiva humildade, a não ser que você esteja adotando aquela velha máxima de que todo sábio é humilde.
Seja como for, o importante é que a emoção sobreviva, com ou sem ,seus conhecimentos de causas.
Concorda?
Um abração carioca.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcredito que as vezes guardamos o amor com medo de sofrer novamente outras decepções, que bom que às vezes lemos textos que nos lembram de que não adianta guardar os sentimentos, temos é que viver intensamente e se por acaso não der certo, valeu, é experiência para uma próxima vez... Como diz Carpinejar: "...você não merece me receber pela metade. Não merece pagar os danos que outra causou. O ceticismo não vai me contagiar. Suspeita não é inteligência, prevenção não é sabedoria..."
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