BREVÍSSIMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE UMA LONGA HISTÓRIA DE AMOR.





Quando temos impressão de que uma longa história de amor começou dia tal, do mês tal, do ano tal e lá se vão tantos anos, estamos só nos referindo ao tempo do encontro, pois, afinal,  é diariamente que ele recomeça.E sempre agora. Esse amor longo tem gosto de amendoim que não cansamos de tirar do saquinho para comer um atrás do outro ou daqueles bombons de trufa que na volúpia do desejo engolimos vários em momentos seguidos que se perdem nos momentos daquele dia. O intervalo, isto sim ,entre o encontro e o agora é que determina a cronologia temporal de uma longa história de amor. E a proposta é viver intensamente esse intervalo. Afinal, amor para ser melhor tem que ser muito longo.Desses que sempre começam a cada nova motivação do desejo de termos a mão de quem amamos dadas às nossas . Dois então, vira um só ao sentirmos uma corrente contínua de energia maior que fica circulando entre as mãos sem dar a menor atenção a temporalidade da vida.  Sentir pele na pele é a verdadeira grandeza daquele ser único no qual nos transformamos.Essa é maneira mais sábia de cultivar o verdadeiro amor. Afinal, não são apenas as lagartas que se metamorfoseiam, nem os pássaros que voam, muito menos só o sol quem brilha pois, o amor que é verdadeiro quando muda a cada dia, estará sempre voando atrás de novas fantasias e indo buscar em cada uma delas, todas as melhores cores daqueles verdadeiras pedras de diamantes multifacetadas as quais temos que ser capazes de transformar em colares para o deixarmos pousar sobre o colo amado.Adornos merecidos.
Nada de pressa no amor, nada de urgências a serem resolvidas, jamais poderemos nos escravizar por  desejos atabalhoados e imaturos que encurtem a perenidade das nossas emoções e se tornem a razão maior da sua brevidade e na sua própria falência. Quando substituímos a longevidade pelo imediatismo no amor ele não escapa de  morrer recém - nascido e banguela. Afetividade é uma razão em si mesma e não precisa de nada para torná-la realidade, nem controle, nem sufocamentos e muito menos imposições que não permitam que amar seja um ato tão libertário, como o ato solidário das simbioses naturais realizadas entre as chuvas e a vitalidade dos solos que fazem vicejar sempre as flores dos campos, depois delas.O relógio do tempo dos amores eternos é digital e nunca precisa de corda.São autônomos, só necessitam da outra mão para tornar-se um só corpo através dos caminhos das estradas nas quais sempre voltarão a se encontrar. É um moto-continuo, hipotético só para as classes das máquinas e sempre real em cada novo dia no coração dos amores que se candidatarem a serem eternos.

3 comentários:

  1. Diz-se do amor que sabemos quando começa mas não sabemos quando acaba…
    Eu prefiro dizer como Vinícius: que seja infinito enquanto dura…
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  2. GRAÇA PIRES,
    para mim tanto faz, desde que como você sinalizou seja eterno enquanto dure!
    Excelente semana para você também e longe da pandemia.
    Um abração carioca.

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  3. O amor é um bem que acalma a alma e sossega o coração... enquanto dura.
    O resto é "palha que arde sem se ver ""
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    Boa semana. Cumprimentos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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