NOSSOS CORPOS EM NÓS.

 


Saudade de um bolero! Nossos rostos colados e naquelas paradinhas daqueles dois-pra -lá e dois -prá- cá as entradas atrevidas de pernas. Saudade de um bolero, daqueles que podiam ser em três palavras ou talvez contigo aprendendo naquelas noites de rondas que você finalmente nos acostumou naquele eterno besame mucho.

Gostos à parte, mas não posso, nem irei aqui recalcar meus mais atrevidos pensamentos críticos e falar com a nostalgia explodindo no corpo e a testosterona evidenciando-se nas espinhas do rosto de que  aqueles que dançam funk certamente são assexuados.

E se faltarem os boleros aí estão os forrós de corpos grudados e gingados mais insinuantes a lembrar que dançar separados é um pecado mortal, coisa de animal de sangue frio, seres humanos não o são. Lá temos cara de peixes, répteis ou anfíbios?

Se ainda continuassem a faltar os boleros, um sensual samba rasgado de gafieira ou mesmo de salão já serviria para embolar as emoções e gritar mais alto nos ouvidos, não aquela barulheira indesejável do Mc fulano ou beltrano com sua parafernália de sons e luzes incomodando todo o bairro e ameaçando a saúde dos incautos, mas sim, o silêncio de um beijo depois daquele sussurrar nos ouvidos alheio frases úmidas e encharcadas de agudos sinais da libidos.

Saudade dos corpos colados!


2 comentários:

  1. Oi, Paulo. Que delícia de texto, confesso que dei risada em algumas partes. Muito bom de ler, obrigada pela visita.
    Abraços e ótimo final de semana.

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  2. SHE,
    você sabe ser generosa e que bom seja assim.
    A alegria de uma boa risada é a melhor moeda de troca contra essa vida chata e principalmente ao som de um bolero.
    Abração carioca.

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