SOBRE OS AMANHECERES EM QUATORZE CAPÍTULOS.



 CAPÍTULO 10
                                                     
  Senhas  
 Cantora e compositora Adriana Calcanhotto
                                                                            
 Eu não gosto do bom gosto
 Eu não gosto do bom senso
 Eu não gosto dos bons modos
 Não gosto
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 Eu aguento até os modernos
 E seus segundos cadernos
 Eu aguento até os caretas
 E suas verdades perfeitas
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Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem…                                                                            

Algumas senhas em alguns amanheceres acordam conosco e podem indicar o que foi o ontem, o que será o amanhã ou simplesmente não querer dizer mais nada, apenas morrem naquele mesmo dia no qual cultivamos durante nossa noite de algumas amarguras,certo sabor de injustiça e quem sabe , nítidas sensações de desapego de terceiros e aquele céu de nuvens carregadas de ingratidões que supostamente ou de verdade tenhamos sofridos.Nunca se sabe e, por vezes é melhor deixarmos mesmo seguir o andar da carruagens dos nossos piores momentos certos de que uma já tenhamos ouvido algum dia que os cães ladram , a caravana passa. Mas algumas senhas ficam disponíveis para abrirmos a qualquer hora a programação eletrônica da nossa existência e irmos buscar nos históricos guardados em discos rígidos criptografados,alguns daqueles momentos inadequados, inapropriados e desnecessários dos quais fomos vitimas ou algozes de relações que em contrapartida nos feriram como verdadeiros bumerangues de respostas. Apelamos para a razão que sempre consideramos estar conosco e verificamos muitas confusões e dispares interpretações possíveis. Então deixa quieto! Toda experiência nos alimentará para nosso aperfeiçoamento, a vida é mesmo assim. Afinal, no futuro se pensarmos os "porquês" desta ou aquela atitude veremos que não valeu a pena preciosos momentos perdidos em solavancos de vitupérios e arrotos indesejáveis de querermos provar que tínhamos aquela razão da qual os outros pensarão que nunca poderíamos ter. Ora,bolas! Mandamos,então para a cucuia o bom gosto do qual achamos ser os donos, o bom senso que afirmamos estar em nós e só em nós e que nos tornam sempre o seres humanos cujos bom modos serão irrepreensíveis por toda a eternidade.E quando assim pensamos, explodem em nós nossas imensas contradições internas, aqueles grandes e insuperáveis antagonismos de nascença que vivem roendo as unhas das nossas almas e consciências.Só uma saída agora: é a de entregarmos nas mãos da arte musical bem feita e que criam em todos nós amanheceres transcendentais e aqui entra em cena uma mulher autora da musica Senhas que todos sabemos ser da Adriana Calcanhotto, obra musical esta na qual nos inspiramos modestamente e cujo link abaixo é o nosso presente do dia.Ouçam.

https://www.youtube.com/watch?v=FILVpdH3Vk0

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