AMOR GANGORRA.


Sabe quando você se habitua a conviver com eternas incertezas ou constrangimentos continuados para manter um amor que, não oferece mais nenhuma consistência para tornar-se confortável para ninguém?
Isto é o amor gangorra!
Se pararmos um instante, seja quando ele estiver no alto ou no baixo das suas instabilidades, pensarmos,refletirmos, analisarmos e avaliarmos o que está acontecendo, chegaremos a conclusão de que,adoecemos com ele.Apenas continuamos a investir em ações de terceira classe, nesta bolsa de valores sem mais nenhum valor e jamais teremos lucros nem dividendos esperados pois, é um papel ridículo apodrecido pela má gestão dos empresários.



Não devemos nos acostumar com aquilo que só trás infelicidade e aquelas infinidades chorumelas e bate-bocas constantes,infrutíferas, estressantes e constrangedoras.
Quando se perde a autoestima, despencamos ladeira abaixo nesta imensa montanha escorregadia por um lamaçal, cujos respingos em nosso corpo, só sairão com muito banho de recuperação da nossa dignidade, enquanto pessoas.
Temos horror ao rompimento,apostamos sempre na possibilidade do reencontro ou paz perdida,tornamos sempre muito mais difícil , vermos a realidade nebulosa daquele amor com um céu sempre ameaçador, escuro, cheio de faíscas dos raios indesejáveis de rancores e que acaba desbabando , inevitavelmente em tempestade,inundando e sufocando nossas cansadas possibilidades de resistência.
E assim que a banda toca!
E sempre que precisamos mentir para nós mesmos,iludirmos, enganarmos e virar trapaceiros dos nossos próprios sofrimentos, decretamos a morte de qualquer amor que, tal qual a chama de uma vela que, se apagou cansada e exausta de si mesmo.

Isto porque, o amor é liberdade na convivência ,sem receios, medos nem pejos,é céu azul sem nuvens constantemente ameaçadoras de grandes temporais emotivos ,exige movimentos dóceis sem violências ou ameaças ,um verdadeiro balé de danças suaves à frente daquela monumental orquestra de sonhos e paixões verdadeiros.
Se as sapatilhas se rompem ou a orquestra desafina é sinal que o amor gangorra está pedindo para sair daquele palco, e em nós deverá prevaler a coragem de aceitar o inevitável da separação, sempre com saudável e eterna esperança, de que o próximo espetáculo, seja mais digno.
Fecham-se as cortinas!



CONSTRUINDO ESTÁDIOS E DEMOLINDO O RESTO.



Sei não, mas acho que ando ranzinza demais para o gosto destes protagonistas do grande circo das maracutaias humanas, nas quais o errado sempre agora, é o que está certo.
Gastar mais de um bilhão de reais para reconstruir um estádio de futebol, como fizeram com o Maracanã é muito para minha pouca paciência.
Quer saber de uma coisa? Copa das Confederações, Copa do mundo ou copa do  cassete a quatro, nada justifica que construamos estádios milionários com obras hiper-super faturadas enquanto que, nos corredores dos hospitais , seres humanos regurgitam seus últimos soluços de vida e entregues à própria sorte naquelas macas imundas da incompetência administrativa médico-hospitalar.
Uma vergonha, mesmo!
Somado a isso temos as escolas em péssimo estado de conservação, professores muito mal pagos,alunos assustados pela possibilidade da próxima invasão da bandidagem, naquele território que deveria ser um altar sagrado da educação.
Se fosse só aquele mais de um bilhão do Maracanã, estaria ruim, mas, é muito pior, se constatarmos que no Amazonas, São Paulo e no raio que os parta, tantos outros estão sendo construídos e alimentando a ferocidade corrupta de meia dúzia de moleques que, fazem da vida pública, uma prostituição dos seus próprios valores como seres humanos.
E ainda, temos que ficar levando bronca de outros tantos pseudos gerentes da Fifa,entidade esta que, antigamente cuidava de Copas do Mundo de futebol e agora,transformou-se na maior empreiteira internacional de construção de estádios.
Que beleza! 
Para que se tenha uma ideia deste descalabro e orgia financeira em curso, o bairro de Itaquera em São Paulo é um dos mais pobres daquele estado e exatamente lá, para sacanear de vez o povo, ergue-se um estádio multimilionário e seus atores principais nesta comédia pífia da pilantragem destas edificações fáceis,ali se locupletam.
E dão gargalhadas na cara do aposentado,do trabalhador que perde quatro a cinco  horas, com a sua digníssima bunda atolada no banco de um ônibus sujo,colocado em cima de uma carroceria de caminhão que,faz mais barulho do que trovoada de chuvas de verão e lá dentro, somos todos gados indo para o abate,aos trancos e solavancos.
Ninguém vai para a cadeia, ninguém tem medo de nada, ninguém acredita que pode ser punido e sabem porque?
Ora, se tiver que botar na cadeia todos estes caras, teríamos que construir mais uns dez estádios destes para caber todo mundo.
Não, aí não! 
Então, para este ônibus pulguento e fedido, pois agora, quem quer soltar sou eu.