CAINDO NA REAL.

Às vezes me pego insatisfeito tecendo mentalmente minhas agruras,imperfeições e tentativas continuadas de ser sempre um cara melhor e mais aceito.
Isso cansa!
Cansa como um motor de um carro do qual, sempre lhe é exigido um desempenho perfeito e altas velocidades em curvas perigosas e pouco compensadas sujeitas a derrapagens inevitáveis.
E se derrapo, derrapei e pronto!
Não posso ficar culpando os pneus da minha impulsividade, a falta de freios do meu temperamento, afinal quem está na estrada é para rodar.
E se rodopio fazer o que não é?
Faz parte!
Cheguei a sonhar que era Zeus!
Mas quando descobri que, no Monte Olimpo das minhas fantasias até Hera a mulher dele, deusa do matrimonio, do parto e da família tinha abortado a ideia do seu deus-provedor ter mais filhos,fiquei meio constrangido.
E mais:Que ela estava querendo na verdade era uma relação colorida com Apolo que a rechaçava porque estava interessado mesmo em Dionísio,pelo qual nutria uma grande e inconfessável paixão e que, até Afrodite andava trocando o amor pela guerra,fazendo acordos escusos com os fabricantes de armas romanos,então pensei com meu umbigo:
-Que canal estou assistindo?
Nem precisei de respostas, pois, todos os canais sejam os abertos ou os fechados levam a gente a ficar atualmente, a não ver o final do túnel.
Então me senti menos culpado pelos meus erros contumazes, minhas transgressões circunstanciais, aquelas imaginações e intenções menos nobres e ser obrigado a reconhecer mais uma vez de que eu sou aquilo que deixaram.
Quantos tsumanis eu quis impedir com a minha impotência e pequenez perante aquele mundo d’água e destroços levando tudo?
Quantos vulcões tentei abafar com minhas mãos inúteis para que, as cidades de Pompéia dos amigos e que, embaixo dele habitavam não virasse pedra-pomes?
Imaginem minha soberba,querer aplacar a fúria dos nossos Vesúvio existenciais!
Foram tantos os meus insucessos que adotei agora e como meu filósofo de cabeceira,o brasileiro e meu xará, Paulo Guiraldelli quando diz:
-“Fracassados e medíocres, dou-lhes o mundo.”
Quer saber?
Realmente, o mundo era tudo o que eu queria!

MORRO AZUL DO TINGUÁ.

ONTEM, MUITO ONTEM.

HOJE.



Que pena!
Meus melhores momentos não serão eternos
A infância deveria ser eterna sempre que nela contivesse a saudade que sinto do ar que respirava na época que usava calça curta e do respeito que um caboclo de pé no chão de Morro Azul do Tinguá dispensava a quem quer que por ele passasse com um humilde,recatado e simples cumprimento de educação.
Balançava a cabeça e desejava o bem, de acordo com a hora do dia!
Morro Azul do Tinguá é o segundo distrito de Paulo de Frontin e o terceiro é Sacra família, no entanto, é o primeiro na minha alma e dentro de tudo aquilo que, me faz ter após tantos anos uma absoluta e integra imagens de meus pais e meus irmãos quando por lá passávamos nossas férias escolares.
Não tenho mais meu pai, nem minha mãe.
Não tenho mais nenhum dos meus outros dois irmãos.
E pensar que todos nós,por lá nunca encontramos cassinos, aeroporto,shopping Center nem imensos edifícios,porem andávamos todos de mãos dadas pelo meio dos dormentes da estrada de ferro.
Todos de mãos dadas.
Naquele pedaço do Rio de janeiro que permanece quase esquecido e por onde passava uma estrada de ferro que ia até vassouras, tudo continua muito pouco urbanizado, apenas o essencial, apenas o mínimo necessário.
Se vocês olharem à direita deste blog verão todas as fotos  do que eu vivi na minha infância e o que, não conseguiu morrer até hoje na minha lembrança.
É por esta razão que tenho muito medo de morrer.
Eu não queria nunca esquecer aqueles melhores momentos da minha vida e que, eles jamais deixassem de ser eternos.
Só isso.
Que pena!



UM HOMEM SIMPLES DE ATITUDES EXTRAVAGANTES.






Se veste de chita, e bem linda pra mostrar pra Maria que você é mais bonita.
Não esquece o adereço e prenda-o neste seu cabelo da cor de uma mulher vivida de sonhos fartos e de rosto tão menina. Coloca vai, eu peço, de lado neste cabelo, acima da orelha, deste meu rosto de menina, e se lembra que  pedi uma rosa amarela?
Mas não chore de emoção quando se vir tão diferente!E eu sei o quanto você muda com um lindo vestido de chita, mas se chorar borra a maquiagem e machuca minha alma e ela é o céu que lhe prometo todo dia.
Quer ficar sem céu? 
Mas, se vista de vestido de chita longo, desses que vão aos pés e ao andar deve-se segurar um dos lados e puxar para cima, elegante e sestrosa a triunfar sensual e brejeira pelos palcos das ruas extasiadas pela beleza que, sua chita no seu corpo provoca.
Rodopia e levanta a saia, mas não mostra muito as pernas. São minhas. Nem é ciúme, mas gosto sempre de cuidar muito de tudo que me faz feliz.
É isso!
Suas pernas fazem parte do seu corpo, e no seu corpo não está o seu rosto e acima dele  a sua cabeça com seus cabelos de prata vividos que, agora abriga uma rosa amarela.
Então, perceba que quando protejo as suas pernas eu estou cuidando na verdade é do conjunto da obra, do todo no qual eu me envolvo e nunca adormeço com medo de você levando-se, ir junto com seu vestido de chita.
Faz de mim, então encanto e me desanda com estas estampas de cores fortes e personalidades únicas em suas tramas no simples tecido de morim.
Você e ele cativam pela simplicidade e lhe quero dentro dele, pois, a leveza que iras sentir nele será exatamente aquela mesma que eu sinto em você de se estar dentro de si mesma.
Poções mágicas transformadas em cores vibrantes.
Projeção do humanismo dos seus olhos e de como eles conseguem ver o próximo, sem  nunca precisar de óculos cor de rosa ou rótulos de etiquetas de fábricas ideológicas ou tão pouco da assinatura  de nenhum famoso estilista para consagrá-lo com a sua grife.
Este modelito de chita jamais desfilará ou será iluminado em nenhuma passarela de qualquer Fashion Week  porque não são dos aplausos de reconhecimentos efêmeros que ele necessita.
O que ele precisa é de que eu o sinta em seu corpo e do seu corpo eu o tire.
E agora embaralhado no sofá ao lado ele terá muito mais cor, brilho e beleza, pois saberá que afinal, cumpriu sua finalidade e ira esperar vestir você novamente, para começar tudo de novo.
Ele adora vestir você para que eu possa despi-la!