GRAMÁTICA DO AMOR.


Semântica, é o parte da língua portuguesa que estuda os sentidos das palavras.
Foi  o nó que atou nosso entendimento,sobre todas as mais comuns formas de que, eu sempre atribui a palavra:Respeito .
Este substantivo masculino traduz um sentimento de dispensar a outra pessoa atenção,consideração ou reverência.Sinônimo?Desrespeito, curto e grosso, sem muito a acrescentar, nem os linguistas ousaram.
Mas, quando você começou a rebuscar sua pesquisa,justificando com este aprofundamento a necessidade de  irresponsabilizar-se das suas condutas cotidianas, foi refugiar-se nos Aurelios da vida  para então encontrar as tais provas contundentes de suas ações inadequadas, que a semântica da palavra respeito,não podia acobertar!
Então, encontrou que respeito,pode também, significar obediência,acatamento ou submissão.
Pronto, estava aí declarada guerra a esta pacifica e desejável palavrinha que, antes sustentava nosso relacionamento e que, agora poderia ser usada como escudo,ponto de partida para quebrar a  espinha dorsal de uma convivência, antes respeitosa.
Afinal, submissão é uma conduta intolerável para a nova mulher emergente neste limiar do terceiro milênio.E seu ego se  inflou de brios e estabeleceu trincheiras belicosas, numa guerra desnecessária contra ninguém a não ser você mesma, nas tentativas e agora, de já querer provas gramaticais que, seus desrespeitos continuados, eram apenas arroubos libertários feministas incontestáveis.
Que pena!
Nem precisava se dar a tanto trabalho para encontrar razões que a libertasse da culpa da sua falta de atenção, não ao meu, mais ao nosso amor, afinal somos dois.
E,ao encontrar nos seus alfarrábios o esmiuçamento da palavra respeito, encontrou.
Quem procura, acha!
No entanto, achou e aparentemente, ao ganhar uma batalha de entendimento  perdeu o mais importante, a guerra contra este mundo que, sempre vai conspirar contra aqueles que amam.
E perdeu feio, caiu de quatro, arrebentou-se sem necessidade,  ao vir com bandeiras de luta contestatórias sobre a impossibilidade de submeter-se e com velhos chavões conhecidos tipo: Isso e aquilo, nunca mais!
Porém , se tivesse tido mais acuidade e menos ansiedade nas suas desesperadas tentativas de provar que não estava pisando na bola no nosso relacionamento, teria visto o óbvio, ou seja, que no desenvolvimento das explicações sobre a semântica da palavra respeito, há uma referência à obediência,acatamento ou submissão sim, mas às leis juridicamente, consagradas e constituídas.
Nada com relacionamento afetivo a dois,no amor, pois aí quem desrespeita não é punido pela autoridade,não existe sanção ou castigo de autoridades constituídas  apenas a perda do que este respeito sustenta em todos os casos: A felicidade.
E nos dicionários, procure agora, a semântica da palavra, idiota.

EU.


                                                                     

Não sou cubo, não sou poliedro,muito menos triângulos cheio de lados pois, se olho, olho é de frente, sem ângulos de soslaios, metaforicamente sextavados como se estivesse falando entre quinas pontiagudas das minhas percepções e o pior, para as paredes.

Portanto, falo de frente,erro mais não me escondo em noventa, cento e oitenta ou trezentos e sessenta graus pois, minha geometria de vida é plana,o que me facilita pisar no chão com segurança,sem resvalos, por esta razão, tropeço menos e quando caio não espeto em mim o que não devo.

Tenho e sempre a certeza de que, as crianças quando caem machucam rostos, joelhos, braços eu, como adulto quando caio, firo a alma, e a esgarço provocando descontinuidade naquela frágil e sempre ameaçada integridade da sua forma , atingida por meus habituais e incorrigíveis desvarios.

Sou o que me deixaram!

Muito menor do que os lírios do campo, de qualquer uma das sete ou dez maravilhas do mundo ou do que, um sorriso de mulher.

Porém, muito maior do que a ingratidão, a violência e esta injustiça social entranhada nas vísceras perversas dos desequilíbrios entre esses e aqueles,aqueles e aqueles outros.

Vejam!

Sou produto nobre de torpezas e grandezas, desenvolvi senso critico que me ajudam muito quando o interlocutor é generoso e prejudicam quando ele fala a minha própria língua.


Quando em noites de lua, sempre referencio os rostos das mulheres mais próximas, se chove cubro-as com meu tórax, e na praia, abro mão da barraca protetora pois, sou pele grossa e bruta e elas,  pétalas de rosas.

E sei que as flores murcham , no sol forte.

Portanto...

Sou a antítese, o desconforto das piadas sem graça,o emaranhado de fios que sobram atrás do computador, a colméia barulhenta e desorganizada após uma certeira paulada que a desfaz, daquele que não tem medo que o feitiço se volte contra o feiticeiro, em moedas de muitas picadas dolorosas e nada, com sabor de mel.

E se quisesse me descrever ainda mais , aí sim ,eu pararia por aqui mesmo e imediatamente, porque tenham a certeza de que ,apesar de muitas coisas boas e outras ruins que tenho, as boas já lhes enumerei todas e o que agora lhes teria para dizer, seria todo o resto dos meus mais impublicáveis defeitos , até aqui omitidos.

Portanto, o texto acabou !

Quer que eu minta?

O SEU É MUITO MAIS BONITO!




Não me obrigue a ser tão verdadeiro com você, afinal essa é a melhor mentira que estou vivendo.

A mentira de acreditar que a faço feliz pois, tenho sim, plena consciência de que sou apenas um amor suportável, destes que dá para ir levando , mas sem nenhuma grande atração neste palco dos sentimentos humanos.

Palco ou picadeiro de circo mambembe de palhaço com roupas muito escrachadas e cara mal pintada que espanta as crianças?

Sei não!

Pensa bem,não pode ser verdade este meu amor que nunca renuncia ou se desapega, de egocentrismos enraizados e socados para dentro da alma anos seguidos,verdadeira escola do eu-sozinho, como sempre me acostumei ser.

Foram poucos os livros de ficção e romances eternos os quais eu li, sempre mais preocupado com o imediatismo de ganhos  nesta incrível ciranda catastrófica do acumular bens e dinheiro,moedas de troca de uma realidade sofrida nestes escambos da sobrevivência.

Se isto tudo, realmente está acontecendo então, é mentira, repito!

Nada fiz por merecer, e você tem todos os méritos.

Sem nenhum esforço e a mínima originalidade própria, fui levado sim ,por você ,a conquistar pontos neste jogo de nós dois, no qual você sempre me pegou pela mão, me ensinou, disse por aqui, por ali, devagar, anda mais depressa...

E quando reagia,não entendia, queria desobedecer ,lá vinha o alerta de que eu poderia ficar a pé, nesta estrada da vida.

Minhas pernas, bambeavam!

Ou será que há uma lógica pedagógica na melhor mentira que estou vivendo?

Aquela que está apontando para uma revisão de conceitos , valores empedernidos nesta minha existência sempre sobressaltada pela ameaça do incerto,a vingança do desafeto com terceiros, tentativas de endireitar o mundo esquecendo-se do meu, do nosso, enfim!

Acho que você conseguiu fazer que eu visse que deveria isto sim, era olhar primeiro, para o meu próprio umbigo.

Apesar de que, o seu é muito mais bonito.

Quer que eu minta?

OS SOBREVIVENTES.




 Minha ansiedade começa quando acordo e termina quando eu penso que vou acordar de novo e, continuar ansioso por você.

Isso é bom, revigora minha circulação,afasta a mesmice de uma vida que antes eram apenas sôfregos e repetidos momentos vazios de estar com alguém , por sexo, sem nexo,insosso, sem gosto, vivendo minutos de prazer e depois horas e tantos outros dias de uma solidão perversa, sem eira nem beira.

Por isso ,cuido de você agora,alimento nossos mútuos afetos e hidrato seu corpo com o meu suor em qualquer momento de necessidade.

Acalento com abraços tenros nossas vidas que não podem mais ficar separadas por vicio em comum de uma dependência explícita e irremediavelmente, marcadas por seu sorriso largo, franco e que mostra até lá no fundo,a alegria da sua alma.

Nesse encantamento que se iguala a riqueza de uma obra sinfônica orquestrada, tento ser um maestro ousado com movimentos firmes e a minha batuta toca você, atiça e provoca você, leva você a sentir emoções entre ranger de dentes e pedindo mais, olho no olho e, depois me faz vulcão incontido e explodindo um calor represado, agora fluindo sem retorno, dentro de você.

É a magia das nossas necessidades que sempre terminam em cansaço mas que, logo descansa.
Um momento no qual respiramos um no rosto do outro, boca com boca e mãos ainda tremulas e agradecidas, percorrendo um corpo que até pouco antes, era muito mais do que carne, era a minha própria vida sentida ,dentro da sua.

Pensar que existe depois disso, tudo aquilo e ainda aquilo outro pois, no mundo lá fora pulsa poluição, engarrafamentos, ruas entupidas de gente diferente de nós, apressadas, estressadas e que, tratam das suas ansiedades, não como nós, tendo um ao outro, mas com medicamentos de tarja preta dos laboratórios da pseudo salvação química e prescrita por um homem de branco.

Como nossa ansiedade é recíproca por troca de afeto e nossa química é outra , ficamos imunes ao mal maior daqueles lá de fora.

E por estas sensatas razões,continuamos balbuciando palavras de mútuos consentimentos em continuarmos a ser um para outro a tal da felicidade que, finalmente agarrada ,agora não deixaremos fugir pois, aceitamos e concordamos não sair dali tão cedo, única forma de continuarmos vivos, entre tantos mortos.

E QUE SEJA ASSIM, ENTRE NÓS.


O que é nosso guardaremos protegido, embrulhado e para presente que, diariamente, nos ofertaremos em nas nossas indivisíveis intimidades, longe do alcance dos olhos do mundo, sem acesso a terceiros.

Agora, seremos dois numa só vontade , necessidades, direitos conquistados, troca mútua sem intermediações e bem escondidinhos da curiosidade alheia, refratários à oferta de conselhos os quais dispensamos pois, nos bastamos um ao outro.

Também não estaremos interessados em saber , enquanto juntos e respirando o ar um do outro e que mantém nosso amor oxigenado para não morrer, aquilo que no nosso entorno não nos diga respeito.

 Estamos agora encapsulados, blindados, cercados por barreiras intransponíveis a curiosidade pública, não estão sendo vendidos ingressos para assistirem o show de nós dois, afinal, neste cenário de felicidade só nós dois contracenamos.

Egoísmo? Não tenha a menor dúvida: Sim!

Sobrevivência? Nem precisava perguntar.

Vamos ser ermitões em ilha isolada de todas as contaminações da civilização dos outros?

Seremos!

Tem que ser assim pois, o que está emoldurado nestes outros quadros e que não contém nossas assinaturas de autoria,simplesmente tem cores que agradam quem os pintou, os nossos, só a nós agradam e felizmente!

E então, continue abraçada em mim, aperte mais e muito mais forte, sinta que meu corpo expande para dentro do seu e que a explícita possibilidade somos nós dois, o prazer vai explodir a qualquer momento com gemidos e trocas de sussurros confusos mas que, nós dois sempre saberemos interpretá-los e, sempre que deixarem e, sempre que pudermos fazer que nos deixem.

SOL EM CÉU AZUL DA FELICIDADE.

                                    
Quando a natureza é tormentosa,os pássaros sábios e cautelosos,abrigam-se , aninham-se, sabem que existe tempo de guardar-se e tempo para voltar a voar livremente,contemplando lá de cima as floradas entusiásticas dos lírios dos campos.

E os pássaros também,aprendem desde cedo aquilo que,os lírios dos campos lhes ensinam, com as suas variadas espécies e possibilidades ditadas pela própria natureza pois,existe o Lírio-da-chuva e o Lírio-do-Amazonas, também chamado:Estrela da Anunciação.

Um tempo, para cada novo tempo!

Os seres humanos lhes dão as nomenclaturas, porém são os pássaros que desfrutam da liberdade de contemplar do alto, como são majestosas todas estas diversificadas variedades de beleza,encantamento e cor.

E voar é deixar para trás o rigoroso e restrito valor relativo da segurança de ter os pés no chão, é desprender-se das amarras,sair dos casulos escuros como fazem as lagartas, depois transformadas em borboletas e ,conquistar também, a liberdade de voar, soltas , livres no céu azul das novas possibilidades. 

A felicidade então,se torna recorrente e volta para sentir o calor do sol em céu azul onde pássaros voam ,a liberdade das borboletas faz-se realidade e o Lírio do Campo, acena como uma Estrela da Anunciação!

Pronto,tudo agora conspira favoravelmente, para que os corações dos homens sejam novamente, usinas de amor,novos ou inesperados, mas seja lá como for,chancelada pelo sorriso largo do acolhimento,a mão generosa e estendida e uma troca demorada de olhares que obriga até o tempo,ceder lugar,concedendo muito mais tempo para os mútuos e inebriados sentimentos de afeição.

É esse o tempo próprio para a redescoberta do novo semear e colher.

Semear vida e da vida colher os dias , meses e anos, correndo para o abraço,sentindo que os corpos transmitem calor e outras coisas da pele.

É o mágico momento do outro, em um!


NOVOS LARES PARA VELHOS DIABOS.

                            

Foram surpreendentes as manifestações em número e extensão dos comentários sobre nossa última postagem: A ofensa como adorno.

Particularmente, sinto-me exorcizado e, como o diabo costuma se esconder nos detalhes, até cheguei a pensar que novamente este avermelhado e indesejável anjo caído, tivesse me empurrado para uma armadilha, mas não conseguiu, pois as respostas de vocês , me abençoaram!

George Bush foi diabo ao adornar-se com uma pretensa e mentirosa ofensa, a de que os iraquianos  amedrontavam, acuavam e, ameaçavam com o poder de bombas químicas que poderiam acabar com o mundo.

Justificou assim, a sua estapafúrdia estratégia cretina para invadir o Iraque e dar a humanidade aquela demonstração pífia de insanidade com o máximo de legitimidade , coerência e respaldo político, até descobrir-se o engodo.

Antes , muitos outros líderes políticos fizeram o mesmo.

Entre eles Hitler que, adornando-se com uma ofensa por ele criada, jurava de pés juntos que, os judeus eram a malignidade explícita sobre a terra, a fonte de todos os males e no holocausto assassinou covardemente , seis milhões de inocentes.

Os casos seriam incontáveis, mas fica entendido que é sempre necessário criar-se um fiel depositário externo dos tsunamis de consciência daquele que, esta sendo estraçalhado por ondas de sofrimento incontroláveis, como solução e reparação da sua dor.

Então,cria-se a ofensa inventada e que, serve para adornar a feiura das suas contradições, sempre muito inteligentemente elaborada e colocada na prática.

Quem assim age, não tem outra opção, ou escuda-se numa inexistente desculpa doentia e reincidentemente atribuída a terceiros ou terá que encarar de frente o odor insuportável da realidade das suas medíocres existências e isto, certamente, os levará  ao conflito definitivo, a derrocada inevitável e causa de todas as  patogenias sociopsicológicas.

O mecanismo de defesa psíquico e inventivo deste processo, nos relacionamentos sociais, é sempre tirar de dentro de si, afastar, projetar ou deslocar a monumentalidade de uma insuportável dor para terceiros e responsabilizá-los, como forma de dar aos seus diabos, novos lares e bem distantes do seu.

Para isso é necessário que, o outro saiba de tudo sobre suas escarpadas montanhas de problemas, tome conhecimento de tudo, ouça tudo, seja informado de tudo e passe a ser portanto, cúmplice e tecnicamente, responsável , por um balaio de gatos no cio que lhe cai no colo.

Verdadeiro cio que esgarça as partes intimas de quem esta sendo estuprado pela realidade insuportável e encontra no seu mais próximo, aquilo que Bush viu no Iraque e Hitler , nos judeus.

É a mentira de uma verdade inexistente que, é plantada na consciência dos outros, criando assim,um entorno existencial confortável para aqueles que salpicam problemas e, depois se adornam com pseudos ofensas vindas daqueles que nunca pediram para ser guardiões ou compartilharem de coisa nenhuma , mas  apenas, se lembram daquilo que lhes foi relatado.

Este é o processo clássico de formação de uma das mais graves e insidiosas doenças dos nossos tempos , a esquizofrenia.

Cria-se e justifica-se um mundo externo inexistente, agressor e destrutivo pois ,o verdadeiro é insuportável e, queima na alma como o fogo eterno.