SÓ DOIS BRAÇOS.


                                               
 Não se trata de discutir apenas a falta que alguém faria ao outro, importante é saber, também, se o custo emocional desta ausência valeria o investimento neste esticar do elástico afetivo, pois, se ele se rompe imediatamente, machucará ao voltar para as mãos e as pontas dos nossos dedos e pronto!
Mas se demora e isso não acontece, ficaria faltando braço para continuar a distendê-lo de forma cansativa e infrutífera e nestas situações o melhor é deixar e lutar porque os braços não crescem depois de adultos.
Em algum momento nas nossas vidas até  gostaríamos de sermos polvos, com múltiplos tentáculos e com estes muitos braços irmos tentarmos romper com o vinculo através de múltiplas opções de tentativas de arrebentarmos estes elásticos que, nos prendem um ao outro.
Mas, afinal o que estamos querendo?
Estamos precisando inventar, tais como gênios das descobertas o difícil problema de fazer o mais pesado que o ar voar, como fez Santos Dumont ou querer explicar através da física porque os corpos caem para baixo, como demonstrou Isaac Newton e sua lei da gravidade?
Quando se tenta o afastamento de alguém ao qual nós amamos e, por centenas de justas e inequívocas necessidades nos convencemos a cada nova situação de desentendimento que “não dá mais e ”já era” sem o mínimo de vontade de continuar tentando mais um pouco, deveríamos lembrar-nos da síndrome do acaso inesperado que os maiores gênios da humanidade viram explodir na frente dos seus olhos e só assim, conseguiram seus objetivos.
Por volta de 1870, o químico Felix Hoffman usava o fenol para combater as infecções o que demonstrou ser inútil, porém o extrato da planta que ele usava nos pacientes diminuía a febre e a dor, agora atribuída a um sal chamado acido acetilsalicílico, batizado de aspirina.
Neste acaso que fazia baixar a febre e a dor, não podemos também duvidar que possa vir a nos fazer uma surpresa quando as pontiagudas sensações de desespero fazem que, acreditemos que deveríamos parar de lutar contras as dores artríticas e indesejáveis de um amor que como a nau em pleno oceano revolto começa a fazer água e aparentemente tende afundar?
È sempre bom darmos algumas novas chances, lutarmos por alternativas e procurarmos, acreditando que, uma agulha num paiol perdido pode ser sim, achada, se nos espeta o pé ao acaso e isso prova que, uma dor circunstancial pode ser a descoberta de novas soluções que irão determinar novas e prazerosas experiências.
O amor, às vezes, aposta no outro extremo e procura soluções em situações incomuns e opostas, até mesmo inoportunas, mas se alguém tiver por aí a fórmula do amor e o do amar perfeito que, atire a primeira pedra.
E não vale ser polvo nesta situação, pois, talvez de tantas que poderá atirar, é provável que possa vir a ser soterrado por elas mesmas!
Como vêem ter só dois braços fica melhor para abraçar depois que o elástico não arrebenta.