O TOQUE DA BORBOLETA.



Ninguém nunca conseguiu exprimir em toda a sua a sua plenitude e extensão este verdadeiro filme de terror existencial que é a carência humana e seus desdobramentos inevitáveis.

Este atordoado e indesejável sentimento bate forte na nossa auto-estima, sangra dilacera e coloca em frangalhos a motivação para acordar e se tiver chovendo, e uma goteira estiver caindo numa lata vadia, vazia e do quintal, a vontade de continuar afundando o travesseiro com o rosto, passa a ser uma opção sem outras concorrentes.


Dói sentir o vazio. E nem é só a dor física .Não, não é! Muito menos só psicológica.É tudo junto e misturado com aquele ácido sabor de abandono e eventuais lacrimejamento incontidos,solavancos cardíacos como a querer dizer que aquela bomba mágica angustiasse no limite máximo da sua capacidade de esforço.
O vazio em volta que tem o silêncio sepulcral das mais milenares pirâmides egípcias em suas câmaras mortuárias subterrâneas.Ouvem-se até insetos se mexendo!

E quando uma borboleta em vôo desordenado , toca o nosso corpo,fica entendido que estamos vivos,uma singular força nos desperta e a fragilidade daquele corpo quase etéreo em desvarios acrobáticos no ar, alerta que ainda sentimos os toques e mesmo os mais involuntários, são muito bem vindos!

10 comentários:

  1. Paulo, é como se você lesse meu interior.
    É uma sensação de vazios vácuos, fúnebres, mórbidos e assombrosos.

    Às vezes, tenho vontade de afundar na cama e não me levantar mais.
    Porém, passa. esse é meu consolo diante da solidão. Passa!

    Bjoks

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    1. JAQUELINE,

      passa,sim!

      E temos,então que aproveitar cada um destes momentos passados literalmente, para crescer,reavaliando a nós mesmos, pois, ninguém consegue mudar os outros.

      Nem devemos.

      Quer que eu minta?

      Abração carioca.

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  2. e é impressionante como todo esse vazio se esvai quando estamos 'dentro' do olhar do outro...

    viver é isso... esse eterno 'balizar'... entre os nossos quereres e os nosso poderes...

    beijo grande

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  3. Então SOLANGE,

    sempre acreditei que querer, era poder!

    Ledo engano.

    E você colocou isso no lugar certo, pois é fundamental não
    querer simplesmente,sem saber dimensionar a distância que estamos daquilo que desejamos.

    Tão perto, tão longe!

    Um abração carioca.

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  4. Arrisco dizer que a dor psicológica é a que mais dói...

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    1. Oi SHUZI,

      é verdade, e eu sempre digo que ,quando somos crianças machucamos o corpo,a cabeça, os braços , as pernas e depois de adulto, vivemos ferindo, é a alma!

      Dói mesmo!!!

      Um abração carioca.

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  5. "Borboletas é flor que o vento tirou para dançar..." e a dança suave, sem plano de voo, tem muito a nos dizer... somos humanos e como tal, estamos disposto a dor, a vazio, a vastidão, mas também ao amor, a felicidade, a alegria, ao prazer... e tudo que há de melhor, menino PAULO!

    Sinta-se vivo! Deixe que te toquem, ainda que seja uma "borboleta"! Deus que me defenda das verdadeiras, porque tenho verdadeiro pavor!

    Meu carinho!! Desejo que sejas tocado como realmente deseja!

    http://pequenocaminho.blogspot.com

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    1. Como assim?

      Pavor de borboletinhas?

      Nossa,AUDREY que inusitado!

      E eu que jurava que você fosse uma delas que o vento tirou para dançar...linda aquela frase.

      E gosto de ser tocado assim, pela lembrança e generosidade de vocês que, tanto me honram em seguir-me.

      Um abração carioca.

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  6. O subtítulo desse blog é "meu lado que não tem graça nenhuma"... eu diria que é seu lado que tem grande sensibilidade e enorme poesia!

    Que lindo, Paulo... todas essas sensações contidas em seu texto vem no pacote, pelo simples fato de SERmos humanos.

    Enquanto houver algo para nos mostrar que estamos vivos, estamos bem... seja borboleta, ou não!

    bjks :)

    JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...

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  7. É verdade JOYCI,

    pois, em última análise, o importante é que a emoção sobreviva.

    Um abração carioca.

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