LIMITES.



Gosto de acordar. Sinal de que ainda não foi desta vez que passei desta para outra. Mas pensando bem, quando isto acontecer – esperem  vou bater três vezes aqui na mesa- lhes garanto que não será através da minha boca que saberão.
E estava de cara para o céu. Um céu azul tão lindo que me lembrou de tanta felicidade já vivida e sempre agradeço a Deus por isto. Felicidade na infância, nem rica nem pobre, mas digna junto a meus pais, nem severos, nem liberais, mas que impunham sempre limites. 
A educação “moderna “ encara a necessidade de delimitação dos espaços educacionais, como princípios , meios e fins desejáveis, não de minorias desgarradas mas, sim, do todo ao redor, como controle, caretismo e cerceamento da livre manifestação dos filhos.
Ledo engano!
E na pedagogia  moderna em alguns países e  muitas escolas tiveram esta proposta da teoria do liberdade sem medo, como a mais famosa na Inglaterra:  Summerhill , criada em 1921, pelo professor e escritor A. S. Neill  que se tornou mundialmente famosa no final dos anos sessenta, com a publicação de "Summerhill, A Liberdade sem Medo, Transformação na Teoria e na Prática", livro sobre a experiência revolucionária de uma escola-comunidade formada por crianças, jovens e adultos , que incluía diretor, professores e funcionários, e  ganhou o apelido irônico, naquele país, de "escola faça-como-quiser" ("do as you like school").
Ninguém era obrigado a fazer nada que não quisesse ou devesse!
Não deu certo, não impunha limites então, a liberdade escorregava para a libertinagem, a desobediência e a falta de referenciais de valores reais por todos praticados aqui fora e, quando os alunos, deixavam a escola, a convivência com a sociedade  os tornavam inadaptados às situações, então, absolutamente, distintas.
Vícios, aberrações sexuais, anomalias criminais, desrespeito às autoridades constituídas, contestação de que dois mais dois são quatro, sempre existiram, porém, atualmente, a ideologia do “politicamente correto”, tenta impedir que a maioria da sociedade, condene os desvios  e que estes possam  ser redirecionados, preservando  valores que visem ao bem estar-comum e não só individual.
Voltamos então a lembrar de que a escola de Summerhill,  foi um rotundo fracasso pedagógico e de propostas anárquicas de relacionamentos.
Então pergunto: Quais palavras desta frase ainda não entendemos ?


13 comentários:

  1. Respondendo a sua pergunta...Não entendemos o lugar que ocupamos no mundo e nossas responsabilidades, tanto nas famílias, como na sociedade em geral. É o velho ditado: "Meu direito termina onde começa o do outro"... Seria fácil assim, se tivéssemos essa mentalidade quanto aos valores que herdamos, assumimos e tentamos deixar como legado...
    Abraço.

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    1. CÉLIA RANGEL,

      o que eu pergunto é se esses valores que, tenho certeza você os herdou, algumas destas famílias que se intitulam"modernas",fazem o mesmo!

      Sem querer julgar, mas acho que não, daí esta balburdia geral que estamos vivenciando.

      Um abração carioca.

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  2. Paulo,

    Excelente texto... Vivemos em conjunto, inseridos em um mundo, regido por regras e limites, para que dessa forma evitemos o caos.
    Às vezes fico pensando em coisas básicas, regras e leis básicas que fazem parte do nosso dia a dia e que muitas vezes são ignoradas e vemos de forma clara, como são importantes tê-las e respeitá-las.

    Um exemplo disso é a fiscalização eletrônica, aqui no trânsito no RJ, tem um perto de minha casa, próximo a uma escola, alguns meses atrás, ela não existia e muitos motoristas passavam a 100km por hora, ignorando a placa "Devagar, escola", mas depois com a fiscalização eletrônica, todos respeitam os 50km por hora...

    Sabe, fico pensando, aonde vamos parar, se para que as leis, regras e limites sejam respeitados, tem que doer no bolso primeiro... E esse é apenas um exemplo simplório, de um assunto que rende pano para manga...

    Amigo, bela reflexão.

    Um abração carioca!

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  3. sub helena,

    seu exemplo, além de não ter sido simplório retratou de forma inteira o que acontece.

    E diria mais, uma dos maiores dogmas do catolicismo é a onipresença de Deus, então não adianta fazer no escuro pois, assim Ele "não veria", cai por terra.

    Ou seja, estou querendo acrescentar ao seu comentário o fato de que, além de doer no bolso, para aqueles que tem boa formação moral, doeria também na consciência.

    É por ai.

    Um abração carioca.

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  4. Você sabe meu caro que neste fim de semana - para falar a verdade nos últimos meses - tenho me perguntado muito sobre isso, até aonde que podemos com nossos limites. Afinal há quem os respeite mesmo sem a necessidade de alguém alertá-lo sobre os mesmos, há aqueles que mesmo dizendo não os respeitam e aqueles que precisam ser lembrados para respeitá-los. E é tão difícil relacionamentos, de qualquer tipo, em qualquer idade, de qualquer classe. E hoje me debato muito pessoal em impor determinados limites. Por vezes tento me abster, pois aquele que coloca a cara a tapa também sofre. Mas não sei te dizer qual a dor de me calar todas as vezes. Por certo que deve haver um equilíbrio entre ambos, nem sempre falar, pois muitas vezes não estamos aptos a ouvir e também não me calar sempre, pois há aqueles interessados em saber. Como é difícil... Mas se dúvida que pessoas precisam de limites desde cedo. A questão é: qual deles que os indivíduos já nascem com e qual não?!?
    Obrigada pelo post.
    Abração!

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  5. NÂNA PESSOA,

    MÃNA PESSOA,

    você neste ,momento é só duvidas.
    isto é um um bom sinal, pois irá encontrar muito rápido as suas respostas.

    Um abração carioca.

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  6. Olá, Paulo!
    Lendo seu texto, me lembrei do livro do Prof Clóvis de Barros "Somos todos canalhas", onde a Ética é o ponto fundamental em nosso cotidiano.
    Enquanto necessitarmos de radares, câmeras de vigilância, multas, ficaremos cada vez mais distante da Ética.
    Creio que o liberalismo exacerbado em qualquer idade de uma sociedade, tende ao anarquismo e a degradação dessa mesma sociedade.
    A liberdade deve ser usada com responsabilidade!
    Exagerei?
    Abraços, mestre!

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  7. Li esse livro, onde a liberdade era o último grito em matéria de educação. E aí começou a esculhambação! Crianças sem limites, poxa... é impossível uma sociedade sem regras que cada um faça o que lhe for melhor. Se crianças crescem assim, esperam o quê dos adultos? Depois não se queixam...
    Aqui em casa houve sempre limite e eu também fui criada assim. Essa é a normalidade. Em educação temos de saber o que é modismo...
    bjus, Paulo.

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  8. VITORNANI,

    exagerou não!

    Colocou de forma lapidar a questão.

    Um abração carioca.

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  9. TAIS LUSO,

    se todos tivessem esta visão "normal" do processo educacional como você sobejamente aqui demonstrou, jamais acreditaríamos que, simples modismos pudessem ocupar métodos pedagógicos consagrados.

    Senão vira esculhambação , MESMO!!!

    Um abração carioca.



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  10. Paulo, eu não acreditei quando há muitos anos uma psicóloga levou seu filho pequeno na casa de minha mãe... A criança pulava feito louca num sofá branco e ela, a mãe, nada... Seu marido, médico, chamou sua atenção, mas sua resposta foi que ela não poderia chamar a atenção do menino para não traumatizá-lo!! Pode? A educação da criança era nessa base de liberdade sem limites.Bem diferente como criei os meus! As crianças, no fundo, pedem um tranco. Querem ser cuidadas e educadas. Não querem tanta liberdade...Ficam 'confusas'.
    Pode ser que eu esteja errada. Um tema ótimo!
    bjus!

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  11. TAIS,

    temos aí uma verdadeira "mãenteiga"! kkkk.

    Esta sua afirmação e verdadeira , pois, a maioria das crianças ficam testando até onde podem ir,e se os pais não sabem impor limites, elas simplesmente, tomam conta da situação.
    Na realidade , na educação como em tudo na vida, se deixamos espaços ,outros ocupam.

    Um abração carioca.

    Ps.Pelo menos pagaram a limpeza do seu sofá branquinho? kkk

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  12. Soube-me muito bem ler este texto de reflexão. Fui professora e, naturalmente, conhecer as várias correntes pedagógicas era obrigatório.
    Como em tudo, deve imperar o bom senso, nem 8 nem 80. Cada caso é um caso e, hoje em dia, as crianças são mais insistentes. Cabe aos educadores (progenitores e outros) ser assertivo nos seus argumentos. Isto daria pano para mangas, como se diz por cá.
    Bjo, amigo :)

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