NÓS E OS OUTROS!!!

Tudo aquilo que acontece com a gente são as coisas mais importantes do mundo, afinal foi com a gente e, nós somos a nossa melhor companhia.
No outro nós respeitamos a dor, a ausência, os desencontros e a isto chamamos solidariedade, mas em nós,sentimos,vivenciamos,
curtimos cada minuto das coisas que dilaceram, apoquentam, colocam à prova nossa coragem, insultam a ordem natural da felicidade que lutamos para preservar, por esta razão quando é com a gente o buraco é muito mais embaixo!
Nada mais humano, natural do que este cheiro absoluto e definitivamente atávico de sobrevivência e que, nos instiga à luta, mexe e remexe tudo por dentro, e na escuridão daqueles momentâneos sofrimentos nos leva a acendermos os nossos derradeiros e poderosos refletores.
Eles irão consumir a energia estocada em nós e com a qual responderemos à altura as agressões que a vida nos faz.
Ilumina-se então o novo palco da vida no qual colocaremos todos os nossos personagens e seus textos elaborados durante todos os anos, até chegarmos ali.
E musica também, tem! E tem balé mágico com sapatilhas douradas, contrariando as brancas de sempre, afinal agora é tudo ou nada, sem mesmices!
De repente a platéia se levanta. Aplausos demorados. Alguém nas cadeiras do meio grita: Bravo!
Pronto ganhamos mais uma, é a volta por cima, encontramos as forças necessárias, nem demos a menor bola para o azar, viramos a cara e definitivamente para o destino, fizemos a curva, encontramos o atalho, desempenho grandioso, digno de um grande final do majestoso Cirque du Soleil e, ainda não foi a vez da encenação final da morte do cisne.
Essa retomada das forças vitais, do controle que podemos exercer sobre as agressões inevitáveis da vida ao passar dos anos das nossas existências, por mais contraditório que possa parecer, nos vem dos exemplos que identificamos e refletimos sobre aquilo que os outros estão passando,sofrendo, e convivendo.
É olhando para frente que buscamos novos amanhãs nos horizontes da vida, porém nunca duvide que é olhando para o lado que vemos os mais definitivos exemplos.
Olhar para o lado está muito mais próximo, a distância é muito menor, ficamos cara a cara com a verdade, descobrimos que é da fraqueza que o outro padece que, nos fortalece a combatividade.
É no outro e suas mazelas que, as nossas encontram o diálogo certo para temos conosco mesmo, e assim, verificarmos que, se em nós as dores são sempre as mais importantes e não nos outros, mas é na deles que renascemos em lúcidas transcendências para continuarmos de pé.
É exatamente, como se todos os dias vivêssemos reclamando que não temos muitos sapatos e ao olhar para o lado víssemos que,o outro não tinha as pernas. 

10 comentários:

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    1. CIDÁLIA,

      que bom você ter gostado.
      Obrigado!
      Um abração carioca.

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  2. Ah sim, sempre foi dessa maneira para muitos: é na fraqueza do outro que nos fortalecemos! Nada mais certo nessa frase das entrelinhas. Assim a batalha está ganha. E como ficar em paz? Pelo que entendi, esse teu texto é muito verdadeiro, somos nós e depois nós!! Os outros vêm lá atrás. Não acho errado que temos de ser os primeiros, acho justo, sem hipocrisia. Mas desde que não à custa dos outros, de seus sacrifícios. Gostar de nós é a regra mestra para sermos felizes. Assim penso eu, sem egoísmo, usando a razão. Isso a gente se conscientiza quando faz terapia para o próprio conhecimento. Claro, não misturar as coisas, não destratar ninguém, manter os afetos e a sensibilidade. Mas a chave da felicidade é ter a capacidade de amar. Aí, a gente divide tudo, os sonhos, as esperanças, o bem-querer do outro.
    Gostei muito do texto, Paulo, talvez tenha divagado um pouco, mas a culpa é sua! rss
    beijo!

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    1. TAIS LUSO,

      não divagou mesmo, pelo contrário seu comentário foi de uma análise perfeita.
      Também concordo com você de que devemos gostar de nós mesmos,dar-nos o real valor e só assim poderemos ver o outro como gostaríamos der vistos.
      No entanto, Taís quando estamos falando de amor afetivo,romântico entre duas pessoas, passamos a ser um só!
      É este "um só" nas relações amorosas que hoje vemos distonias, competições enfim...
      Um abração carioca e obrigado Tais pela sua presença sempre esperada por mim.

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  3. O outro ao meu lado é meu cumplice, meu espelho de vida... É o aprendizado de amar ao próximo que, em geral, não praticamos. Preferimos nossa zona de conforto. Hoje, mais do que nunca, impera o individualismo.
    Abraço.

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    1. CÉLIA RANGEL,

      este é o gargalho das relações modernas:Individualismo!
      Relacionamentos devem obrigatoriamente ser de mão dupla.
      Um abração carioca.

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  4. Não consegui responder no lugar certo, Paulo, mas tratando-se de amor afetivo entre duas pessoas, é claro que há diferença, e muita!! Eu me detive nos outros, numa coisa mais abrangente "Nós e os outros".
    Mas falando noutra língua, há um outro sentimento mais companheiro, romântico, um doar-se sem limites, não há competição, não pode haver egoísmo, são duas almas numa só. Concordo sim. Aliás no amor não não há limites e nem imposições. Hoje as coisas são um pouco diferentes...e não fazem minha cabeça.
    beijo, amigo!

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  5. TAIS LUSO,

    resumindo: O amor é tudo !

    Um abração carioca.

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  6. Oi, Paulo!

    Ah, eu gostei demais do seu texto! Estava precisando ler algo assim hoje!
    O final, nossa, deixou-me com uma inquietação... Até fiz "sim" com a cabeça...
    A velha mania de nos vitimizar e não ter empatia, complicado!

    Boa semana!
    Beijos! =)

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  7. NADINE GRANAD,

    somos humanos e em tese todos iguais com algumas pequenas diferenciações para corroborar e fazer jus ao nome próprio que usamos.
    No entanto, termos consciência de nossas limitações e os erros delas decorrentes é um primeiro excelente sinal de que já estamos no caminho certo!
    Um abração carioca.

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