ESQUECI DE LHE CONVIDAR PARA A MINHA REALIDADE.


                 
 Pois é, combinamos tudo detalhadamente ,a hora do encontro, o local sem muita gente para facilitar, um dia da semana ideal para nós dois,vestimos as roupas mais bonitas, ajeitamos os cabelos, lavamos o corpo com água de cheiro no melhor estilo da brava gente nordestina, afinal, bravos também estávamos e cheios de esperanças, enfim, aquelas coisas que acontecem quando começam os novos relacionamentos.

E quando isso faz –se presente, acende um sol interior que ilumina o universo da nossa escuridão interior e brilha nos olhos tanta alegria que por vezes e sem nenhuma explicação um lacrimejar involuntário desperta das pálpebras secas dos nossos olhos que só viam imagens de um passado de frustração e dor, como se quisesse banhar as secas emoções lá atrás deixadas.

O sorriso das crianças parece mais explícito, o abraço de idosos um clamar agudo que também, poderemos chegar lá,as pessoas que transitam ficam mais afáveis, simpáticas e solicitas mesmo que só nós as estejamos sentindo assim, porque estamos sentindo isto sim, um mundo que só a nós pertence.

Os dias passam , as alegrias, novidades, emoções recentes e os ímpetos de jovialidade e aceitação irrestrita do outro passa a dar lugar a uma nova necessidade de convivência que exige que, conheçamos um ao outro , independente da satisfação do que aquela nossas presenças nos nutrem.

Então, nossas realidades começaram a colidir,pipocar,engavetar em trânsito de idéias que geraram congestionamentos de caminhos diferenciados e de percepções muito incompatíveis e a cor amarela para um, é vermelho para o outro , em tudo sentíamos impasses tão intransponíveis que chegamos a confessar que só o amor não seria suficiente.

Parecia coisa de louco, pensar que só o amor não seria suficiente para manter juntos dois seres humanos que perseguem a vida toda e só, para que esta realidade lhes caia no colo e as façam felizes até que a morte os separe.

E quando isso acontece...

Mas, realmente,não é , acima do amor estão às realidades de cada um, como a vemos e reconheço que esqueci na volúpia da conquista, de lhe convidar para que conhecesse a minha e, quando isso foi possível, passados aqueles momentos atrevidos de sedução e entrega irremediável de desejos inevitáveis, vimos que realmente éramos absolutamente, inadequados um para o outro.

Quem poderia ceder? Poderia? Cederia?

Nem esperamos para ver se estes caminhos seriam possíveis.

Mas, valeu!

14 comentários:

  1. Paulo, o que dizer deste texto? Simplesmente maravilhoso... é tudo isso sim meu querido. No entusiasmo e empolgação inicial, esquecemos de apresentar ao outro nossa realidade e ai é que trava tudo...ai a porca torce o rabo e se o sentimento não tiver profundidade então já sabemos o final da história. Bjussss... vitaminado!

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  2. Então, NÁDIA

    fica no entanto, a certeza de que valeu enquanto não bateu aquela coceirinha de termos que exercitar, em toda a sua plenitude, o nosso sadomasoquismo e de nos apresentarmos infelizes e sempre inadequados para a felicidade.

    Inadequados e necessitando criar pautas de condutas para terceiros.

    Fala sério!

    Um abração carioca.

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  3. É, Paulo. Nem sempre estamos prontos para a renúncia e, quando isso acontece, só o amor não é suficiente mesmo.
    Coisas da vida...!

    Beijos.

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  4. Então HELENA,

    os ciclos afetivos são inevitáveis.

    Uns nos propiciam maiores prazos de validade, outros já nascem praticamente vencidos, enfim o negócio é sempre apostar no próximo e dentro daquela máxima:Solteiro sim, sozinho, nunca!

    Um abração carioca.

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  5. Assim, como os dias passam, no toque mágico das horas, na rotina, na perfeição de um ou na imperfeição do outro, defeitos e qualidades se materializam mesmo!
    E na cobrança de quem cederá primeiro ou por último, já viu! É dura hoje a realidade do convívio...Parabéns pelo texto, Paulo.

    Um abraço!

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  6. ANGEL,

    e mesta montanha russa de sentimentos e novas constatações, vamos descobrindo que o nosso parque de diversões, está cobrando um ingresso muito alto para que o mantenhamos, sem prejuízos futuros e muito maiores.

    Um abração carioca.

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  7. Olá Paulo,

    Creio que o amor é suficiente quando as partes estão dispostas a ceder e a fazer alguma renúncia em prol da relação. Afinal, dificilmente haverá um casal numa sintonia perfeita. Somos diferentes. Cada um e cada um.
    Somente com o respeito pelas diferenças o amor poderá vingar. Não é fácil manter uma relação se o amor não gritar bem alto. Mas também desistir dele por comodismo acho uma judiação. A vida a dois traz muitos momentos gratificantes.

    Obrigada pela gentileza dos cumprimentos pelo meu níver.

    Abraço.

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  8. Pois é VERA,

    em geral aspectos secundários de um relacionamento como posições politicas,sociais, éticas enfim, aquilo que diz respeito a filosofia de vida de cada um, segundo suas formações educacionais e culturais, repito estes aspectos subalternos a um amor existente, o sepulta por uma simples questão de egocentrismos exacerbados.

    Infelizmente!

    Um abração carioca.

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  9. Oi, paulo, como vai? RElacionamentos a dois não são mesmo nada fáceis. As belezas do início terminam junto com os arroubas da paixão, e para continuarem em frente (e felizes) não basta somente o amor, é preciso uma conjunção de fatores como cumplicidade, carinho, doação e ceder em equilíbrio para que continue valendo a pena. Prolongar um relacionamento que não vale mais a pena é prolongar o sofrimento de ambos. Um abraço!

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  10. Então BIA,

    senti-me bastante coerente com o meu texto ao ler seu comentário.

    Os problemas gerados à partir da procrastinação dos términos destes tipos de relacionamentos e nestas condições, pode levar a aborrecimentos muito mais severos que os originalmente criados.

    É isso aí!

    Um abração carioca.

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  11. Amado Paulo, como tem passado?
    Tenho a minha forma de pensar quanto ao casamento ou namoro;penso que para chegar a uma decisão de ficar juntos no mesmo teto a pessoa precisa primeiro conhecer a si mesmo, reconhecer o aspecto fisico, emocional e espiritual; sabemos que no inicio temos uma paixão avassaladora e com o passar do tempo (meses) acaba virando comodismo aceitar tudo e nem sempre manifestar o que realmente um relacionamento requer, quem recolhe o lixo, quem lava o banheiro; dedicar-se demais acaba por não desenvolver o AMOR; saber se expressar no tempo certo é sábio, pois não causa desentendimentos e o pior de tudo no final o tal arrependimento, porque não percebi isso antes coisas do tipo você não gosta de trabalhar ou não cuida da casa direito, e isso Amado Paulo nem estou no assunto financeiro quem sempre acaba pagando a maior parte das contas.
    Portanto, conhecer a si mesmo é fundamental, depois identificar se é paixão por algum tempo ou realmente é o Amor, do contrario ainda é melhor sozinho (a).
    abraço fraterno
    Nicinha

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  12. NICINHA,

    acredito que esta, tenha sido uma interessante observação, qual seja, a do conhecer-se para poder , como mais segurança, levar avante um relacionamento.

    Concordo.

    E acho que identificar se é uma paixão ou amor duradouro ,uma tarefa mais complicada.

    Um abração carioca.

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    1. Uma dica simples para identificar o seu sentimento: se você reconher que tem hábitos ou costuma ser indeciso para assumir situações (no geral)ou ainda não costuma ceder reconhecendo que pode levar uma bronquinha de vez enquando, já é uma parte a se pensar se quando o seu coração bater mais forte por alguém, esses seus hábito...não irá impedi-lo de amar sinceramente.
      Abraço

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  13. OI NICINHA,

    aí está registrada a sua "dica simples".

    Um abração carioca.

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