A saudade é uma punição que salga o corpo ferido pelas
chicotadas da distância, irrita-se com qualquer sorriso de boca alheia, fecha
os olhos para os céus azuis, ignora sois de quaisquer outras galáxias e quer
apenas como as carpideiras, chorar sobre o rosto do corpo que não lhe devota
mais o amor de antes.
A saudade do amor é,portanto, de uma crueldade
indefinida,pois,não conseguimos dimensionar nunca a possível duração do seu
tempo e intensidade,tampouco a virulência com a qual ela irá continuar a
infectar os tecidos abertos da epiderme dos nossos sentimentos e, no ponto mais
exato das nossas fragilidades,com aquela flecha certeira de ponta envenenada.
Maldito cupido!
No entorno, ousam nos dar conselhos das mais variadas
origens.Os ouvimos,mas não seguimos nenhum.
Que intrusos!
Como podem querer adjetivar sentimentos, criar tempos de
verbos salvadores, marcarem dia hora da libertação, jogar cartas misteriosas de
um tarô desmoralizado pela força das nossas negativas em compreender seus
métodos falaciosos ou jurarem de pés juntos que os astrólogos não aconselham isto ou aquilo, esquecendo-se que, o recente desalinhamento dos astros desarrumou e bagunçou
também, esta farsa.
Quem então?
As cartas. Cartas sim!
E só aquelas mergulhadas na essência do perfume do sofrimento o qual guardamos em vidros coloridos avermelhados,azulados ou em outros com a síntese de todas as cores,como merecem as fragrâncias valorosas nascidas daquele arco-íris nascidos desta saudade safada.
E só aquelas mergulhadas na essência do perfume do sofrimento o qual guardamos em vidros coloridos avermelhados,azulados ou em outros com a síntese de todas as cores,como merecem as fragrâncias valorosas nascidas daquele arco-íris nascidos desta saudade safada.
E-mail, nem pensar, só cartas de papel para serem tocadas e
sentidas por aquelas mãos distantes, mas que, ainda há pouco eriçava nossa pele
com um simples toque,tornando alegres todas as partes que percorriam em nosso
corpo com mágicos movimentos que, repercutiam sempre nos átrios da anatomia
morfológica deste poderoso músculos que aqueles que nunca amaram chamam
simplesmente de cardíaco.
Quem tem músculo cardíaco e o mais infeliz dos seres porque
nunca amou. Quem ama só conhece a palavra coração e mais nada.
E nesta saudade especifica do amor ficam as lembranças de
outonos desfolhados seguidos pelas primaveras mais coloridas das nossas vidas
que, sempre se desnudavam no verão dos nossos desejos e cobriam-se nos sonos
reparadores dos invernos exaustos dos nossos corpos,depois de contorcidos em
mágicos malabarismos de prazeres.
Delírios eternos em tão poucos segundos.
Enfim, estão represadas estas águas volumosas de
saudade neste dique o qual torço que, um
dia possa vir a romper-se e que, Peter o menino herói holandês não esteja por
perto para colocar seu dedo no furo que espero se transforme em um imenso rombo ao despedaçar-se.
Não tente impedir novamente, apesar de ficado ali a noite toda em vigília para que, seu país, como conta a lenda,não inundasse.
Agora a água da saudade devera escoar toda,seguir o seu curso e assim, deixar secar qualquer vestigio deste momento inútil.
Não tente impedir novamente, apesar de ficado ali a noite toda em vigília para que, seu país, como conta a lenda,não inundasse.
Agora a água da saudade devera escoar toda,seguir o seu curso e assim, deixar secar qualquer vestigio deste momento inútil.
Paulo, lindo texto, só quem já sentiu saudades pode dimensionar a dor desse sentimento, citando Chico Buarque, em seu "Pedaço de mim": "Que saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar..."
ResponderExcluirUm abração carioca.
sub helena,
Excluirentrevar é realmente um verbo desastroso o qual ninguém jamais, deveria sequer, pensar em conjugar.
Um abração carioca.
Gostei imenso do texto.
ResponderExcluirSaudade, distância, ausência...São dores que não se saram facilmente!
Bjo, Paulo
EU,
Excluirsua atenção e generosidade são contumazes e os textos dos seus comentários ,objetivos,ineligentes os quais eu sempre agradeço por valorizarem este espaço.
Um abração carioca.
Paulo,
ResponderExcluirHá dois tipos de saudades ao ver do meu coração. Há um tipo de saudade que a gente conceitua "como o amor que fica" e a saudade onde a raiva de desgosto se apossam. Essa segunda, que a é que seu texto retrata tão bem, realmente machuca e não tem tempo para passar, mas passa! E que a gente como o Peter fica tapando a ferida com o dedo para que ela não escorra e esvazie o core. Desapegar é difícil, pois até parece que amamos esse sofrer, queremos acreditar que as coisas se ajeitam... Até que um dia cansamos de ficar com o dedo atolado na chaga e deixamos a represa romper! Aiiiiii que alívio!
Um texto excelente, com um tema de aprendizado.
Estou tentando voltar, vamos ver no que dá! Bjkas doces
MARLY DE BASTOS,
ResponderExcluirse você não voltar, imagine perdermos estas suas análise e reflexões como esta de competencia,corretíssima!
Sei o que são compromissos e independentes destes que os blogues nos obrigam quase que diariamente, mas pense bem, nos negar isto que expôs aqui?
Não se vá!!!
Um abração carioca.
Saudade...
ResponderExcluirPor isso,que aconteceu àquela sua amiga que me recomendou? Nunca mais a vi .
Bom fim de semana
SÃO,
Excluirbom fim mde semana pra você também e eestou indo lá para o seu excelente blog.
Um abração carioca.
BELÍSSIMO TEXTO !!!!!
ResponderExcluirPARABÉNS GOSTEI MUITO MESMO!!!!
TIVE A OUSADIA E PUBLIQUEI NO MEU BLOG.
ESPERO QUE NÃO FIQUES ZANGADO.
GRANDE ABRAÇO DA FÃ MOEMA
MOEMA SIAL,
Excluireu é que fico muito honrado com esta publicação no seu blog.
Como ficaria zangado?
Você está autorizada a publicar qualquer um dos meus textos.
Um abração carioca.
Paulo... uma das coisas que mais gostamos de perceber quando escrevemos é o leitor e critico ler..., absorver e vivenciar o que realmente deixamos escrito.
ResponderExcluirFoi o que senti quando li este lindo poema que retrata a dor da saudade do amor que se foi, mas, insiste... estando em nós.
Gostei muito...
Muito mesmo...
Parabéns querido amigo.
MBB,
ResponderExcluirestou vindo lá do seu blog "Mananciais de amor" e sua postagem "A imprevisibilidade do tempo" é absolutamente competente ao brincar com as as palavras, esperança e o medo.
E quanto ao seu comentário, é ótimo quando podemos escrever e compartilhar emoções das mesmas naturezas,e que são identificadas, também no outro, sejam elas reais ou ficticias.
Volte sempre.
Um abração carioca.
A saudade é quase sempre cruel. E se for saudade de amor é como diz, neste belo texto, "de uma crueldade indefinida". Um texto para pensar.
ResponderExcluirAbraço, amigo.
GRAÇA PIRES,
Excluirquando pessoas do seu nível intelectual considera necessário pensar sobre o que escrevo, confesso que me sinto, plenamente recompensado.
Muito obrigado.
Um abração carioca.
Não sei o que dizer desse texto, porque as minhas saudades são de pessoas queridas que partiram, fizeram a sua "passagem" e eram apenas amigos.
ResponderExcluirMas deixo uma crônica da Martha Medeiros que talvez diga um pouco sobre isso.
"Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."
COLUNA DA MI,
Excluirsuas excepcionais contribuições,enriquecem de forma definitiva este espaço que tem como único objetivo tentar despertar emoções e reflexões.
Quando consigo...ufa!!!
Um abração carioca.
Não tem como não admirar o talento que demonstrou ao escrever esse texto. Com certeza é uma prosa bem poética.
ResponderExcluirthoughts-little-princess.blogspot.com
FLÁVIA,
Excluira poesia está no tema e dentro do seu coração quando enxerga sentimentos!
Um abração carioca.
Ah que saudade de ler textos tão inspirados assim.
ResponderExcluirA saudade vibra, cresce e nos faz remoer por dentro tudo o que guardamos na memória. E, ao mesmo tempo, traz uma sensação de entorpecimento. O bom é saber que, independentemente do tempo, ela passa. Não se sabe quando, mas passa. Tudo passa.
Um abraço carioca como o seu!
www.lucadantas.blogspot.com.br
LU DANTAS,
ResponderExcluiressa sensação de entorpecimento é o que anestesia, exatamente a alma, talvez uma defesa.
Acho.
Um abração carioca
Quanta saudade boa guardada num coração já sofrido por causa dela...a saudade!!!
ResponderExcluirO SOL DA MANHÃ,
Excluir"saudade boa" disse o que precisava!!!
Um abração carioca.
Meu caro Paulo, retribuindo a visita no meu blog, aqui estou e confesso que gostei muito deste seu "filho" aqui, tem mais a ver comigo. Você escreve muito bem! E não espere despertar emoções e reflexões nas pessoas, escreva por vc e o resto, acontece, entendeu? Desejo um ano cheio de luz e que a tua sensibilidade sobreviva, apesar de tudo que possa desmotivar.... Viva! Abraços.....
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