O mundo rasgava-se em dois: Prostitutas profissionais e
universitárias freelancer somavam-se a garotos de programas remunerados dos
eventuais michês de ocasião que serviam em casas de luxo de apartamentos
em condomínios nobres a senhoras e senhores em decrepitude moral avançada em
meio a muitas drogas e musicas importadas de som metálico insuportável. Valores
por ali só eram constatados os que haviam sido perdidos em falências por
notória incapacidade gestora e de novos corruptos servindo a Deus e ao diabo em
transações a maioria delas escusas e realizadas
nos suspeitos e misteriosos escritórios das orgias sexuais imorais, nos
quais o tráfico de drogas era o norte preferencial.Famílias em rota de colisão
com o mínimo de dignidade suposta para a diferenciarem o bem do mal,
expunham suas chagas de feridas por elas mesmo provocadas por insolvência
absoluta de atitudes nobres esquecidas nos seus baús de indecências sociais.O mundo
rasgava-se em dois e a maior parte dele tinha ficado nas mãos inservíveis de
sôfregos alcoólatras e contumazes decrépitos e suas orgias diárias que lhes
consumiam o pouco dos seus volumes mortos de decência e honradez humanas.Nada
era proposital,nada era planejado, nada era forçado e sim, conseqüência natural
do desmoronamento inconsequente das vigas e alicerceis sociais corroídos por
tentações agora materializadas em ações sem limites.O mundo rasgado em dois,
ardia em chamas de atitudes que, se eram as corretas seriam combatidas pelo
lema estreito e conveniente do politicamente
correto que privilegiava a odor fétido da podridão do que o aroma de sândalos
e sais outros que inebriavam outrora com perfumes suaves , vidas em
comuns.Agora em comum, tínhamos a rebeldia como pseudo pretexto para serem
torpes desvarios e a hipocrisia que encobria a desfaçatez de ordinários
cavaleiros e amazonas do apocalipse,devedores ambos de contas impagáveis com
terceiros e tentadas serem equacionadas nos quartos acanhados da luxuria vendidas
ao preço inqualificável da desonra humana. Tínhamos chegado ao fundo do poço,
cavado com as próprias mãos daqueles ateus de ocasião e que, fugiam de qualquer
comprometimento com a ética religiosa ou que transcendessem suas vidas em
matéria por aqui, para justificarem os horrores das suas precárias sobrevidas
em andares mais baixos da vida humana. Os céus lhes eram percebido como o
inferno indesejável dos caretas, e leia-se como caretas os que se molhavam
ainda, nos derradeiros pingos restantes
e anteriores, daquele grande temporal da indignidade humana, agora inundando
tudo.. Nada era errado, apenas o correto, nada era indesejável, apenas o que se
desejava com a ética cada vez mais escassa de verdadeiros vodus sociais
macabros e ainda com as suas carcaças humanas, mas, prontas a descartá-las assim
como as lagartas pegajosas se deixam substituir por borboletas. Neste caso a
metamorfose é até bonita de se ver, mas nos episódios humanos em cartaz nas
principais salas de espetáculo do baixo mundo do teatro mambembe ordinário e
rasgado em dois, inacreditáveis de serem admitidos e impossíveis de serem
degustados a não ser por gargantas maléficas com suas amígdalas cronicamente putrefatas.
E não havia saída possível, pois, cada um era preso pelos seus rabos de
libertinagem aos dos outros e se tentassem desvencilharem-se ou romperem com o
que existia, iriam ferir a todos, pois, não existem aqueles que se libertem quando as correntes são comuns
aos condenados em geral. Estranha corrente de solidariedade do mal. Restava então,
o afundamento conjunto no lamaçal dos esgotos existenciais de cada um que de
mãos dadas, sempre afastavam e procuravam enxotar para mais longe quem os
ameaçassem e eram considerados segundo suas visões distorcidas como insuportáveis
comparadas às conivências errôneas, fétidas e incorretas condutas dos demais, onde
prevalecia o sabor de álcool, regadas ao pior vinho, da indecente e ultima imprestável colheita de uvas podres.Tudo isto misturado a um indisfarçável odor de
enxofre que lhes premiava o diabo em suas diárias passagens por suas corroídas
consciências.
Dominaram a humanidade.
PAULO, nem tudo que se vê realmente o é. A degradação da humanidade não está nesse ou naquele, nessa ou naquela atitude, mas em cada um que também assiste e desiste porque tomar uma atitude - às vezes em prol de si, outras em prol do outro - exige muito muito esforço.
ResponderExcluirAUDREY,
Excluircorreto!
Esforço e solidariedade,matérias primas escassas neste mundo que se apequenou no egoismo da maioria que só olha para os seus próprios umbigos.
Você foi objetiva e para variar,inteligente na sua reflexão.
Um abração carioca.
JOSIEL,
ResponderExcluirobrigado e iremos até lá!
Um abração carioca
Olá Mestre!
ResponderExcluirSua crônica segue numa avalanche impressionante.
Me fez lembrar Henry Miller em Trópico de Capricórnio.
Abraços
VITORNANI,
Excluirvocê sempre de uma generosidade absoluta.
Se você ao ler o texto lembrou-se de Henry Miller em Trópico de Capricórnio eu por enquanto, deveria parar de escrever qualquer outra coisa, para não estragar este seu elogio.
Um abração carioca.
Acho apenas sua genialidade em brincar com as metáforas muito ricas, que lembram Henry Miller, cuja leitura nos faz perder o fôlego!
ExcluirE sem essa de parar de escrever, Mestre carioca!
Abraços!
VitorNani & Hang Gliding Paradise
Em sua crônica leio o noticiário real do século XXI ... Nada a acrescentar, pois a "metamorfose ambulante" prossegue...
ResponderExcluirAbraço.
CÉLIA RANGEL,
Excluirgostaria de ter sido menos ácido,mais suave nas cores tintas da atual realidade,mas teria sido hipócrita!
Obrigado pela sua contumaz e honrosa visita por aqui.
Um abração carioca.
Excelente crónica de costumes...
ResponderExcluirBjo, Paulo :)
EU,
ResponderExcluire que costumes!!!
Um abração carioca.
Paulo, gostei muito, a cada linha que lia, vinha o retrato da sociedade em que vivemos, do mundo que habitamos, o bem e o mal emparelhados, misturados... Acho que não devemos nos acostumar com a degradação humana, com a desonra, com a falta de vergonha na cara e caráter.
ResponderExcluirUm abração carioca.
sub helena
ResponderExcluiristo dito, e por quem sabe dar a magia literária, a cada linha dos seus belos e sensuais textos como você faz sempre, é muito mais do que um comentário e me empurra para frente com um vigoroso solavanco da sua habitual generosidade,pois,o que fica agora é a minha necessidade de manter o nível das suas expectativas.
Obrigado sub helena e um abração carioca.
Paulo, agradeço suas palavras, procuro sempre escrever com meus sentimentos. Seus textos são maravilhosos e sempre muito reflexivos, sei que escreve de coração , escreve o que sente, como vê as coisas ao seu redor, por isso o faz tão bem. Saiba que sempre que entro em seus blogs, minhas expectativas são alcançadas, encontro sempre um belo e inteligente texto Se fosse no Humor em texto, esse meu comentário, perguntaria: "Quer que eu minta?", porém, essa é a mais singela verdade.
ExcluirAgradecida e um abração carioca.
sub helena,
Excluiro forte do seu caráter é a verdade que você sempre divide conosco.
E sua generosidade, também!
Um abração carioca.