QUE SEJA!


De todos os sentimentos, o amor é o mais invasivo e insidioso. 
Tanto pode te pegar pela mão e seguir devagar, aos poucos, como pode te pegar pelo pé e te tirar o chão.
Amor não enxerga o feio ou o bonito, não liga prá defeitos, não se importa com classe social, com  cor de pele, com idade.
À ele, não interessa se é correspondido, se existe sintonia, afinidade, interesses comuns, proximidade geográfica. Amor acontece.
De todas as lutas contra um sentimento, a luta contra o amor é a mais inútil.
Quanto mais se luta, mais ele se fortalece e se impõe.
Amar alguém é projetar no outro a sua idealização, tentar ver no outro o que lhe falta ou o que lhe sobra.
De todas as faltas que existem, a do amor é a que mais perturba.
Abre vazios, grita carências, arrasta os dias, torna as noites longas e insones.
Amor impulsiona, faz crescer, faz melhorar, faz trocar e doar. Amor ilumina.
E quando, amando, sentimos a dor na falta do objeto do amor, a dor na presença desse objeto, a dor de se ter e não poder ser um só, o mesmo, o igual e único, temos, então, o amor pleno, em sua essência, temos o amor que eleva, que enleva, que envolve tudo em uma bolha de afeto ofertado à um e a todos.
Porque amor irradia, transfere o excesso, distribui.
Não há sentimento que mais ensine e que mais force a aprender.
Amor desprotege, desarma, desmascara. Amor entrega, despoja, desnuda.
Fragiliza, vulnerabiliza, sensibiliza, amor recupera.
Amor é trazer, não levar.
Amor é dar, não tirar.
Amor é dividir.
E quando dá aquela dorzinha ao pensar na pessoa que amamos, essa dor é a única que não magoa, que não faz sofrer, porque é a dor de um amor tão grande que não cabe no corpo, é a dor da expansão, é a dor de um sentimento que cresceu tanto, mas tanto, que explode dentro e destruindo  certezas, defesas, nos faz amar ainda mais quem já amamos muito.
Que doa, que exploda, que mude o eixo, que troque o norte, que desnorteie!
Se é por amar, que eu me dilacere!
Se é por amor, que eu me arrebente!
Porque é dele que virá a minha cura!

Texto gentilmente cedido por Caléria Gorki,uma das nossas colaboradoras no Fórum de Discussão do meu novo blog:

Sexo é um produto de consumo.










16 comentários:

  1. Uau! Visceralidade é o que há por aqui. Eu só digo que não sei se ainda tenho tempo de viver um amor assim. Eu bem queria toda essa intensidade.

    Muito bom!

    Abraços alagoanos.

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    1. Oi MILENE,

      faça o tempo, escravize-o a seu modo, dome-o,traga-o para você, pois é lógico que o amor é tudo, e tudo em nome dele se torna subserviente,em qualquer tempo, em qualquer idade,em qualquer lugar.

      Desfrute também, desta visceralidade!

      Um abração carioca.

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  2. Belo texto sobre um sentimento único, que é o amor...e existem tantas formas de amar!

    Bom fim de semana

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    1. Olá SÃO,

      quanto a beleza do texto todos nós concordamos e concordaremos também, quanto aquilo que é essencial na sua firmação sobre as multifacetadas formas de amar.

      Um abração carioca.

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  3. "Se é por amar, que eu me dilacere!
    Se é por amor, que eu me arrebente!
    Porque é dele que virá a minha cura!"
    Assim se resume tudo que gostaria de dizer.
    E se a cura para um amor é outro amor... estarei esperando.
    Belíssimo texto meu querido, bjus.

    => Gritos da alma
    => Meus contos
    => Só quadras



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    1. NÁDIA,

      por esta razão este texto da Caléria Gorki, foi aqui publicado.

      É de uma beleza extraordinária e indica o norte e dá o mote, para seguirmos em frente, sem pejo nem pudor.

      Um abração carioca.

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  4. Bom dia !!!
    Um texto valioso eu adorei, palavras
    bonitas olha arrasou em tudo, valeu a pena
    te visitar hj, parabéns

    Abraços de bom domingo e boa semana
    Bjuss

    _Rita__

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  5. RITA,

    as palavras tem esta magia.

    Existem aquelas que jamais deveriam ser colocadas e outras que, após serem tornadas conhecidas elevam,edificam,são pedagogicamente, a motivação correta para decisões e reflexões sábias de quem as lê.

    Quando estas palavras são densas de humildade e despojamento, tornam-se até milagrosas.

    Veja o exemplo bíblico acontecido na estrada para Damasco,onde Cristo dirigindo-se a Paulo de Tarso, seu então implacável perseguidor, disse:

    -Paulo ,Paulo, porque me persegues?

    Atônito por tão inesperada demonstração de palavras de amor e humildade,Paulo de Tarso se entrega ao Cristianismo.

    É a força do amor , que tudo pode!

    Um abração carioca.

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  6. Oi Paulo

    Cada um define o amor de um jeito, eu já gosto de um amor tranquilo, meigo, carinhoso, até meloso, charmoso, parceiro nas alegrias e tristezas, solidário e quando surge um olhar ousado o amor da lugar a paixão que me aperte, me chame de meu tesão, me enlouquece de prazer, mas depois vem o descanso o carinho e volta o amor... .... ...
    Obrigada pela visita
    Lua Singular

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  7. DORLI,

    é exatamente esta pluralidade e diversidade de definições e, formas de vermos esta indescritível possibilidade de amar e ser amado que,torna factível vivermos uma odisseia benéfica de conquistas e felicidades!

    Linda sua postagem,franca...parabéns.

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  8. Ah! O amor é muito mesmo! E saber defini-lo só amando realmente. Descreveu um texto poético de maneira que o amor é o objeto de desejo de todos nós, seres humanos. Parabéns sempre!

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  9. Pois é ANGEL,

    você ao descrever o amor como o "objeto de amor de todos nós", colocou de forma a não deixar margem para nenhuma outra observação.

    Um abração carioca.

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  10. Muito belo o texto. Os caminhos do amor são imprevisíveis, mas nossa maior alegria ainda está em passar por eles. Abraços!

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  11. OLÁ MARILENE,

    é verdade!

    E assim como o amor, nós precisamos criar os atalhos para passarmos por caminhos difíceis e quem sabe assim, nos superarmos e aprender que, só o amor constrói.

    Um abração carioca.

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  12. Que texto perfeito! Adorei! Paulo, obrigada pela visita! Em breve voltarei para ver os outros textos com mais calma. Abraço!

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  13. ANA CAROLINA,

    volte sempre, pois quem sabe outros textos bons como este, estarão aqui presentes para recebê-la.

    Um abração carioca.

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