VARINHA DE CONDÃO.



É preciso manter o foco na vida, não desconhecer que ela é permeada de momentos  tristes, mortes, desencantos,outros tantos de expectativas, algumas muito sombrias,mas o foco deve estar na alegria que dela podemos sorver,da felicidade que é possível encontrar,acreditar no futuro sempre melhor e, jamais permitir que nossos contos de fadas cheguem à meia-noite .
Vamos manter integra a carruagem dos belos cavalos brancos e adiar ao máximo a visão indesejável da abóbora sem graça.
Nossos olhos querem céus azuis, mas poderão ver também, negras nuvens ameaçadoras, o coração prefere bater no ritmo do amor, mas,se quisermos, ele terá arritmias agudas de decepções e todo o nosso corpo saberá vibrar em ondas explicitas de realizações e belezas, mas quem duvidaria que, podemos transformá-lo num relógio sem pilha?
Manter o foco na vida é essencialmente necessário, obrigatório e desta vida,tirar dela sempre as melhores fatias deste imenso bolo de opções que nos oferecem, mas que tentam também nos oferecer, muitas das suas partes, estragadas.
Evitemos assim, as complicações digestivas, seus desarranjos
indesejáveis, a dor aguda do nosso abdômen distendido e que cresce, fica enorme pela ingestão de tantas amarguras azedas outras ácidas, enfim...
É preciso manter o foco na vida e desta vida querermos sempre o mais sutil dos encantos que, encontramos na criança banguela, no enorme pássaro cheio de cores que passa e nem sabemos o nome mas reconhecemos a sua beleza, daquele córrego mirrado de águas límpidas e que, vai se transformar em caudaloso rio e desaguar no mar das nossas melhores viagens.
Manter o foco na explosão incontida de um encontro inesperado traduzido em lágrimas de emoções incontidas, as mesmas que poderíamos ter deixado nos inevitáveis velórios da vida que, se fez inevitavelmente, morte.
É certo que não temos a varinha de condão para transformar o inevitável no adiável, a violência em ternura, a queda no corpo sempre erguido mas, também, é  verdade que se começamos a gostar dos momentos menos  felizes da vida, se perdemos o foco naquilo que transcende a dor, o sofrimento e as perdas, os ganhos passarão a ser muito menores.
Escolher o lado para o qual iremos virar a nossa cabeça pode ser a alternativa de nos acostumarmos às visões menos massacrantes e impiedosas dos nossos entornos.
Não é desconhecer, mas simplesmente optar.
Optar por manter o foco nas melhores coisas que a vida nos oferece, apesar de sabermos que neste pacote, virá junto e misturado o lado menos colorido, a forma menos estética e aquela porção estragada que as velhas bruxas costumam nos enfiar goela adentro.
É difícil separar o joio do trigo, a terra fértil da exausta, o mar poluído daquele que se mantém integro ou optarmos por verdes esperanças ao invés do negro luto?
Lógico que é possível, questão de foco.
Mas, também amor, eu posso simplificar tudo isso que tentei expressar de forma simbólica, com todas as incoerências e inconsistências nela contidas, procurando nos atalhos fugir da estrada principal e então, abrir o verbo e berrar um grito gutural ensurdecedor para espantar meus medos: Não quero morrer!
Seja minha varinha de condão.

25 comentários:

  1. Caríssimo amigo!
    Senti falta ...e vim conferir teu novo Post, como sempre gostei demais.
    Aproveito para um abraço fraterno e caloroso.
    Sinval

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    1. Olá SINVAL,

      obrigado!

      Você é sempre muito bem vindo!

      Um abração carioca e igualmente fraterno.

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  2. Paulo,
    Eu creio que tudo se resume no amor. Amor próprio, amor pela vida, amor pela alegria, amor pelo próximo. Eu devagar tenho aprendido,que nossa bagagem nas costas se tornam mais leves se seguirmos em frente, sem olharmos tanto para trás. Isso seria um foco não é? Deixar de lados as torturas formadas pelo "se" "talvez" "quem sabe" é um bom começo. E eu tenho tentado começar... Não vou dizer que consegui, mas tentar já é um impulso não é? Ou quer que eu minta?
    bjkas doces! E parabéns pelo texto Paulo.

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    1. Pois é MARLY DE BASTOS,

      deixar de lado sim, deixar para trás sim, ignorar o quanto possível aquilo que infelicita, não soma, desconstrói,enfim...

      Para frente só olhar o melhor, buscar intensamente essa tal da felicidade, pois de repente quem sabe ela não faça uma surpresa?

      Um abração carioca.

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  3. Excelente texto!
    Agradeço por dividir comigo querido Paulo,
    Fraterno abraço
    Nicinha

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    1. PERSEVERANÇA,

      olha NICINHA, eu que, sempre agradeço sua amiga presença por aqui.

      E quando você gosta, então eu gosto muito mais!

      Um abração carioca.

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  4. Estou num momento difícil e preciso não perder o foco e deixar sempre o amor inundar-me, principalmente o amor-próprio... Obrigada Paulo, teu texto hoje, me deu um empurrãozinho, um "acorda minha nega". Bj

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    1. Pois NÁDIA,

      sempre que precisar de outros, estarei por aqui e espero sempre poder fazer isso e que, seja ótimo para você.

      Amor -próprio é uma palavra chave, um código perfeito que sinaliza o caminho a seguir, pois sem ele fica tudo absolutamente,constrangedor.

      Concorda?

      Um abração carioca.

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    2. Desculpe intrometer-me, Nádia. Eu sei o que é perder o amor próprio. Levei anos que me pareceram séculos a recuperá-lo.
      Perca tudo na sua vida, menos o amor próprio.
      xx

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    3. Obrigada Laura, mas como diz o querido Paulo, não perderei o foco, prometi a mim mesma. Bjus

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  5. Olá Paulo!
    Admiro a sua positividade.Mas optar por manter o foco no melhor que a vida nos oferece, e não no pior que a vida nos oferece, não é assim obtido num passe de mágica com uma varinha de condão.
    Existem pessoas que sempre fizeram na vida as melhores escolhas, no entanto a vida foi-lhes pregando rasteiras atrás de rasteiras. Chega a um ponto em que com vidas muito difíceis, que toda a gente tem, mas
    sempre sabemos que uns têm mais que outros, devido a tantas
    abóboras lançadas em seu caminho, às tantas não adianta nem voltar a escolher nada. Infelizmente a vida não é só questão de foco, se isso bastasse seria tudo muito mais fácil.
    Gostei imenso do texto.
    xx

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    1. Então LAURA,

      é necessário que, daquilo que não foi suficientemente bom, posamos extrair os ensinamentos, as possibilidades de novas estratégias para driblarmos o que não serviu.

      Lógico que , você está certa , não é simples, a vida no entanto, merece que da sua alta complexidade saibamos tirar novos conceitos existenciais.

      Ou seja, o que podemos e devemos evitar é sempre cometer os mesmos erros, inúmeras vezes.

      Obrigado pelo elogio e gosto muito da sua presença por aqui.

      Um abração carioca.

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    2. Nem tenho palavras para dizer o quanto estou amando seu blog... Maravilhoso texto!!

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    3. ESTHER,

      então fique por aqui, nos ajude com sua inteligência a somar comentários utilíssimos, para todos nós.

      Um abração carioca.

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  6. Oi Paulo

    Não vi nenhuma inconsistência, ao contrário, esta sua varinha de condão é verdadeiramente o condão da vida: se não podemos conduzir a vida, molda-la às nossas necessidades ou expectativas, moldemos então o nosso olhar, ele sim depende exclusivamente de nós, da nossa vontade. O olhar faz toda a diferença, com que olhos enxergamos? Com o da falta ou o da gratidão? A gratidão é íntima da felicidade!

    Direcionar nosso olhar para o que de bom a vida oferece, criar as benesses quando a vida nos faltar com elas, compreender que vida não tem rédeas, apenas segue. Mas, se não podemos conduzi-la podemos adaptar o movimento do nosso corpo ao ritmo da cavalgada, todo bom cavaleiro sabe que é preciso não se opor ao movimento do cavalo para dominá-lo e cavalgar macio.

    Como diria Nietzsche "Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas: - assim me tornarei um daqueles que fazem belas as coisas."

    Uso também a varinha de condão, mas não é mágica, é consciência e exige exercer nossa força, a que de graça recebemos, mas que alguns parecem ter perdido o caminho de acesso, exige-se empenho na busca, nada é de graça, nem as fadas usavam a varinha incondicionalmente, havia sempre uma condição para a mágica se realizar.

    Abraço!

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    1. Oi VAN,

      e a condição maior passa inevitavelmente, pela nossa vontade de querência,acreditando nela, apostando até nas improbabilidades mais evidentes, desconfiando que são armadilhas, e que nós podemos e vamos transformar e domar, evidenciando todas as suas fragilidades.

      É preciso confiar, lutar, refletir e redirecionar o que esta tal da realidade, quase sempre tenta nos impor como irreversível, e um inevitável assunto encerrado.

      Ousadia!

      E sabe Van, quando tenho pela frente estas leituras deterministas lembro do Nelson Rodrigues quando dizia:

      " Se os meus fatos e as minhas razões não correspondem a realidade, então que se dane a realidade!".

      Ponto.

      E final!

      Um abração carioca.

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  7. Ola Paulo!
    Adorei o seu texto. Posso dizer-lhe que é durante a minha vida precisei de aprender a utilizar estratégias para manter o meu foco na vida, a primeira interiorizei muito cedo esquecer as coisas más. Sei que é dificil, mas com o passar dos anos, faço-o naturalmente...
    A segunda é que há sempre o dia de amanhã e esse vai ser melhor de certeza ou pelo menos vai ajudar...
    A terceira é partilhar sempre os nossos problemas, ainda que seja no diário...
    E por fim é que há solução para tudo menos para a morte.
    Mas um dia apareceu-me cancro da mama e fiquei no vazio durante anos. Actualmente estou bem e voltei a sentir-me EU. Mas a minha varinha de condão falhou ali durante aquele tempo
    Abraço amigo

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    1. DIAMANTINA,

      se esta fada foi madrasta, mesmo assim não quebrou-se o encanto, afinal você esta de pé, ,transcendeu ao passageiro, voltou a ser o timoneiro desta embarcação da vida.

      Mares violentos fazem parte, porém é nestas horas que crescemos, voltando nossas foças para implodir o baixo austral,mandar para longe os indesejáveis, e fortalecendo nossos mais próximos que, nos piores momentos disseram:Presente!

      E com estes seguimos caminho, na certeza de agora sabemos,quem são os nossos verdadeiros amigos!

      Concorda?

      Pena quem lhe perdeu.

      Um abração carioca.

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  8. A felicidade existe, em quase tudo, tal como quase tudo existe em cada um de nós. Quem passa por um momento difícil, saberá apreciar melhor o momento de felicidade. No fundo tudo é necessário. Acredito até que não existe o "passo errado", no caminho da vida. Pois cada passo nos conduz a este momento, seja ele qual for, em que agora estamos. Não vamos lá com varinhas de condão, vamos caminhando.
    Ninguém disse que seria fácil, apenas que valeria a pena...depende sempre do ponto de vista, ou como estamos dispostos a ver e a andar...

    Gostei muito deste texto! Obrigada pela partilha.
    Abraço
    Sónia

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    1. Olá Sônia,

      acho que o código certo para viver sem muitas atribulações e descontentamentos é exatamente este que você observou, ou seja ,como estamos dispostos a encarar os problemas e quais as nossas motivações internas para resolver.

      Está sempre dentro de nós a possibilidade,as melhores opções e formas de resolver e enfrentar.

      E para que isso seja viável, nossa autoestima deve estar muito integra e preservada, das tentativas externas de destruí-las.

      É por aí e seja muito bem vinda Sônia.

      Um abração carioca.

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  9. Olá Paulo! Agradeço sua visita , gostei muito!
    Gostei também de seu texto e sua reflexão. A vida, nossos caminhos e tropeços , sempre os vejo como aprendizado. A felicidade é existir, é poder trilhar estes caminhos!
    Um abraço!

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    1. Olá CLAUDINHA,

      seja bem vinda e, exatamente, com o você falou ,pois o aprendizado de todos nós está nos tropeços e solavancos , sendo mais produtivos quando através deles, construímos os nossos avanços.

      Há sempre novos caminhos, novas opções, novos momentos, novos ideias,basta que estejamos preparados para eles.

      Um abração carioca.

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  10. OI PAULO!
    E SE RESOLVESSES GRITAR AOS QUARO VENTOS, MILHARES DE VOZES GRITARIAM CONTIGO, "NÃO QUERO MORRER", POIS NINGUÉM QUER.
    MAS, COMO NÃO PODEMOS FUGIR A ESTE DESTINO QUE, DIGA-SE DE PASSAGEM É DE TODOS, VAMOS LER MAIS UMA VEZ TEU TEXTO E TENTAR AGIR E PENSAR DE FORMA CORRETA, É SÓ O QUE PODEMOS FAZER.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  11. ZILANI,

    a morte física é inevitável, mas a afetiva não!

    Portanto, quando a morte física chega em um coração repleto de amor, nem importa.

    E nem, dói.

    Um abração carioca.

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