Abandone tudo, foco só em mim, evite olhar para nenhum lado
da sua vida que não me contemple, no qual eu não seja a mais extraordinária
aurora boreal do seu dia, o mais tenro
vento morno da sua existência.
Desconheça outros
braços, duvide sempre deles, afaste-os, pois, nenhum calor afetivo será
mais generoso do que o meu, nenhum sorriso mais franco do que o meu, nenhuma
boa nova de outro serão tão boas e novas quanto as minhas.
E venha toda, sem passos tímidos, atire-se, jogue-se, faça
de mim seu jardim imenso de lírios brancos e, voe em torno dos meus saborosos
frutos se é que preferes me visitar no horto.
Sou diversificado, tenho texturas diversas e se mesmo assim
faltar alguma qualidade outra na minha pele, enrugo daqui, contraio dali até
chegar ao ponto que as suas mãos sintam-se nela, confortáveis.
Mas, abandone tudo, e não faça igual a bíblica mulher de Ló
,pois, se não quiser virar estátua de sal, não olhe para trás, afinal, tudo foi
levado pelo tempo, escorraçado pelo presente de um mar intenso que não admite,
os meios termos antigos ou sequelas passadas daquelas marolas inúteis.
Estamos aqui íntegros, entregues, únicos, os que foram
paridos pelos quatro cantos crescem e nos vêem como dois adultos sim, é que
permanecem crianças, um do lado do outro, babando nossos rostos com os
inevitáveis gostos dos prazeres incontidos.
Volúpia sabe? Sabem?
Qual a diferença?
Que seja qualquer coisa, pode ser uma tara, uma vontade, a
melhor posição das nossas almas em redutos abertos, fechados, pouco importa desde
que, seja de nós dois.
As tempestades antigas que existiram já choveram e
escorreram e, assim também, os traumas, momentos menos felizes, abandone tudo, sejamos
os merecidos nômades de novas terras as
quais acabamos de conquistar, nômades em fuga de qualquer possibilidade de
lamuriar sobre o indesejável.
São tantas as estepes que nos esperam, tantos os campos
imensos a percorrer e sempre com direito adquirido a uma parada técnica para
continuados prazeres, constantes, inadiáveis, viscerais, tal qual a necessidade
de respirar.
E sem histórias de maçãs, muito menos cobras que nos atentem,ameacem
com suas pseudo e péssimas intenções, pois, no nosso paraíso conquistado, nós
pecamos sim, sem nenhuma necessidade de
aconselhamento, eles fluem como aquele voo de um pássaro antes filhote mas,agora apto.
Nosso pecado não é mortal é o da vida.
Explode em bocas grudadas de corpos desejosos, sem limites,
um colossal rio sem margens, o mar maior de águas infindáveis com ondas serenas
e temperatura amena.
E ambos sabemos nadar!
Aguente e suporte este meu explicito egoísmo declarado,
quando disser que, nós dois somos muito mais do que todos, somos de todos os
outros, aqueles muitos outros, os mais superlativos, com uma grandeza maior de coração
muito mais barulhenta, forte, compassada e sábia.
Sábia?
Isso mesmo, por conter você.
Um dos textos mais belos que já li nos últimos tempos! Parabéns!
ResponderExcluirBeijos,
Renata
RENATA,
Excluirnem sei como agradecer este inimaginável elogio.
Obrigado mesmo!!!
Um abração carioca.
Eu hein!!!!
ResponderExcluirNós hein!!!
ExcluirPaulo,
ResponderExcluirpor mais que não se queira, temos um instinto natural em proteger ou mesmo destruir o que sentimos em relação ao outro(a). Um amigo uma vez me disse:"não sabemos amar, pois do contrário não sufocávamos que amamos até a morte. É um medo irracional de perder que nos faz não conservar."
Já pensou em pegar beija flores com mel? Eles voam livremente pelo mundo, mas todas as manhãs vem ao jardim se alimentar, e a visão disso é espetacular.
Ai... Se não conseguires segurar seu egoismo explícito, pelo menos aprendes a atrair beija flores. Risos....
Abraços da Gue. :)
GUERREIRA XUE,
ResponderExcluirsabe que sua proposta é muito instigante e, certamente,passarei também, a colocar mel no meu jardim.
Afinal,o que que custa sermos diversificados e polivalentes na arte de ser feliz.
Concorda?
Um abração carioca.
Quando amamos, queremos mãos dadas, beijos calorosos, caminhar na praia abraçados, queremos mostrar ao outro tudo que gostamos e que se torna mais especial por está sendo compartilhando com ele... Quando amamos (não importa se o amor é condicional, carnal, existencial) nos tornamos sim egoístas, queremos ser o centro do ser amado. Lindo texto, um abração carioca.
ResponderExcluirsub helena,
ResponderExcluira maioria tenta negar que o amor é egoísta,pois, fomos acostumados a sermos politicamente corretos e outros cabresto sociais impostos.
O amor é egoísta sim, se não for totalmente, guarda em sí uma forte tendência e necessidade para isso!
O egoísmo a que, me refiro, no entanto não é em relação à pessoa amada, mas e principalmente ao seu entorno!
É o que atrapalha.
Ou quer que eu minta?
Um abração carioca.
"Que seja qualquer coisa, pode ser uma tara, uma vontade, a melhor posição das nossas almas em redutos abertos, fechados, pouco importa..."
ResponderExcluirAchei imenso isso! Na verdade este texto reuni um tanto de tudo, como: altivez, intensidade, sensibilidade, sensualidade...Uma completude de tirar o fôlego!.
PS: O teu blog pode ser passado para um livro sem sombras de dúvidas.E eu compraria de olhos vendados.
Nao quer que eu minta, quer?
Obrigada pelas visitas.
Abraços, Paulo e lindo dia pra você!
LU NOGFLER,
ResponderExcluirimenso como o amor,seria isso.
O pleno reflexo dele, altivo,intenso,sensível,sensual e suas palavras mágicas em pleno exercício de doação maior da liberdade foram se enroscando, neste emaranhado ficcional prosaico e, aprovado por você, também, pródiga em esbanjar sentimentos.
Então aqui LU, podemo compartilhamos a única coisa da vida que é rigorosamente,tudo:O amor!
E tira o fôlego mesmo,mas repõe em contrapartida a felicidade em nossas vidas.
Maravilhosa simbiose.
Você não mentiria para mim,eu sei disso.
Seu incentivo é bem aquilo que você transmite:Generosidade!
Quem sabe um dia?
Um abração carioca e feliz tudo para você, LU
Olá,
ResponderExcluirPaulo,
Sensibilidade pura! Texto forte, mas delicado. Gostei muito, como sempre.
Amor é isso intensidade.
Você fala de egoísmo, porque não? Egoísmo sim de cada uma das partes envolvidas.
O seu egoísmo tem um bom grau de generosidade.
Quem oferece tanto de amor, é possível pedir que se esqueça tudo lá fora e o foco esteja na grandeza maior de um para o outro. Temos: cumplicidade, entrega, momento único... só amar.
E, amor é isso um acontecer e ser transbordante.
Um abraço paulista para o carioca amigo.
VERA,
Excluirnunca tive nenhuma dúvida destes nossos conceitos comuns.
E o seu blog, cada dia muito melhor.
Mesmo!
Um abração carioca.
Nossa Paulo muito lindo mesmo !!!!!!
ResponderExcluirVc arrebenta !!!!! fiquei de queixo caído ...
És realmente um grande poeta !!!!!!! Parabéns sua musa inspiradora deve ser uma grande mulher .
Não encontro palavras pra expressar seu texto Fabuloso.
Receba um forte abraço dessa admiradora do seu imenso talento.
MOEMA,
ResponderExcluirsua generosidade é enorme, mas quer saber?
Adoro esta generosidade que enleva e afaga o meu ego!
Um abração carioca.
Muito bom! Agradeço pelo convite de conhecer seu blog, onde o pouco que vi já foi o bastante para admirar.
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